TEMPO DE GRANDE DESAFIO
Parece estar claro a que tempo me refiro e parece ser geral a visão de que estamos diante de um grande desafio político, social e econômico. Restrinjo-me a escrever sobre o desafio social, uma vez que é onde me encontro capaz de compartilhar conhecimentos.
Independente do lado que cada um se encontra – direita, esquerda, ou sem nenhum lado a defender -, o momento requer uma das mais requisitadas competências humanas e profissionais: o Quociente de Adversidade e a Resiliência.
Quociente de Adversidade – a palavra quociente vem do latim “quotiente”, significa “quantas vezes” (Dicionário Online de Português), denota uma medida e, a palavra adversidade representa situações imprevistas, inusitadas e impactantes.
Então “Quociente de Adversidade” é o quanto um individuo é capaz de lidar com essas situações, que podem ser desde a perda de grande quantia de valor num negócio, perda de emprego, até mesmo um pneu do carro furado ou os momentos anteriores a uma importante reunião.
Todas elas (situações) têm em comum o fato de acontecerem repentinamente e/ou com pouca possibilidade de serem controladas ou administradas de maneira a mudar para nos atender.
E é isso que parece estar acontecendo em nosso país. A atual gestão governamental não tem atendido as expectativas da grande maioria da população, vinculada à notícias que comprometem toda questão ética e de valores da nossa sociedade.
E diante de tal cenário, escrever em redes sociais, participar de movimentos e se entregar a conversas sobre o assunto com amigos e até estranhos em filas e salas de esperas, parece ser alguns dos recursos que encontramos como forma de extravasar o sentimento de descrença e impotência que toma conta de todos nós.
Não fazer nada é altamente angustiante para grande parte da população.
De qualquer maneira, podemos nesse exato momento medir nossa capacidade de lidar com a adversidade, ou seja, se não estiver alto o quociente, é hora de elevar.
Está acontecendo um fato impactante? Respira fundo, analisa e verifica as melhores e mais racionais atitudes a serem tomadas.
As dicas:
Começar pela própria vida, ou seja, o que é necessário fazer nesse momento de economia fraca e com pouca possibilidade de crescimento.
Redução de gastos e se puder, alguma poupança.
Nem pensar em cortar lazer. Que tal encontrar novas formas para se divertir?
E quem tem oportunidade, pode buscar modelos de desenvolvimento de novos negócios, novos produtos, que possam atender às necessidades do momento.
Vai de carro sozinho para o trabalho? Além de unir colegas que fazem o mesmo trecho, pode utilizar um só veiculo. E por que não verificar as opções de transporte público?
Para quem ficou sem emprego, o melhor negócio é alavancar as competências, fazendo cursos, estudando um novo idioma, desenvolvendo da maneira que atende a realidade de cada um. Mudar de carreira, aprender nova profissão. Mudança gera crescimento e aprendizagem.
A isso chamamos resiliência, ou seja, “a capacidade de poder que o indivíduo tem sobre uma situação, de criar os instrumentos para enfrentar as adversidades” – Sigmar Malvezzi.
E seguindo esse conceito, “a criatividade retroalimenta o idealismo, a motivação..assim ele (o indivíduo) encontra mais fontes de significado naquilo que faz, encontra sentido e razão para continuar fazendo”, acrescenta Sigmar.
É certo que não é tão simples, pois mudar nunca é fácil, mas é possível. Exige foco, novos padrões mentais e um olhar com mais crédito para o futuro, sem perder o que temos de mais precioso: nossos valores!
E finalmente, se não for estritamente necessário ouvir os noticiários, que tal desligar a TV, reduzir acessos ao Facebook ou outra fonte de notícias (negativas) e buscar mais lazer com família, amigos ou mesmo ler um bom livro, meditar ou caminhar em lugares agradáveis? Isso ajudará significativamente a manter a saúde emocional e reduzir o estresse, pois apesar de ser o momento difícil e importante, devemos e podemos manter nosso equilíbrio, integridade e nossa saúde!
Eline Rasera é psicóloga, coach, especialista em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional. Também é professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE Conveniada FGV.