Tecnostress

Tecnostress

 

 

Prof. Msc. Alvaro Luis Parisi

 

Com o uso cada vez mais generalizado de novas tecnologias, tanto nas empresas como nos lares, começa-se a pensar nos efeitos dos computadores sobre o modo de vida atual, tanto no trabalho como no lazer. As melhorias de qualidade de vida, maior facilidade de comunicação vêm acompanhados por ansiedade, frustração e irritabilidade, principalmente se levarmos em consideração o frenético ambiente de comunicação induzido pela utilização dos telefones celulares ¨smartphomes¨, handhelds, etc.

 

Estes efeitos já eram conhecidos de outras épocas, por exemplo, no início da revolução industrial, com a cadência imposta pelas linhas de montagens das fábricas porém, com o aumento da velocidade no desenvolvimento de novos recursos tecnológicos e seus subsequentes benefício, advém novas demandas em termos de tempo, deficiências em conhecimento e recursos e a resultante pressão psicológica.

A Internet é hoje provavelmente a maior causa do Tecnostress, por ser uma fonte de informações gigantesca: inúmeros novos sites surgem a cada dia, sem padrões, nem sempre com a informação atualizada ou verídica, causando uma sobrecarga de dados para os seus usuários.

 

Esta pressão psicológica é conhecida como tecnostress. Craig Brod, que criou o termo e trouxe esta discussão a público, define tecnostress como “…uma moderna doença de adaptação causada pela inabilidade de lidar com as novas tecnologias de computador de uma maneira saudável. Ela se manifesta de dois modos distintos e relacionados: no esforço para aceitar as tecnologias de computador e na forma mais especializada de identificação com a tecnologia de computador”.

 

Os aspectos mais estudados do tecnostress são: stress baseado na máquina (físico e psicológico, devido a ergonomia, softwares mal desenhados, velocidade, etc.); ansiedade de computador e obsessão por computador. Os grupos populacionais mais freqüentemente estudados são os trabalhadores em escritório, religiosos, executivos, usuários caseiros de computador, estudantes, hackers e adolescentes.

 

Ainda segundo Brod, “O sintoma primário daqueles que são ambivalentes, relutantes ou têm medo de computadores é a ansiedade. Esta ansiedade é expressa de vários modos: irritabilidade, dores de cabeça, pesadelos, resistência ao aprendizado sobre computadores ou total rejeição da tecnologia.”. Outros sintomas são:

  • Sentimento de isolamento e frustração;
  • Atitudes negativas em relação a novas fontes e sistemas baseadas em computador;
  • Indiferença às necessidades de usuários relacionadas a computador;
  • Pensamentos ou declarações autodepreciativas sobre a habilidade de superar os desafios;
  • Uma definição de si próprio como “alguém que não busca”.

 

O fato de se utilizar regularmente de recursos tecnológicos pode acarretar inesperadas conseqüências físicas e mentais, uma situação de stress gerado pela dependência da tecnologia, um sentimento de pânico quando as máquinas falham. Esta situação é conhecida como tecnostress.

 

É importante enfatizar que o tecnostress não resulta apenas do contato das pessoas com o computador, mas com qualquer forma de tecnologia, dos eletrodomésticos aos telefones celulares. A maior evidência disso veio com as ameaças do bug do milênio, quando um tecnostress enorme foi compartilhado por toda a população mundial. À medida que a tecnologia quebra as barreiras, diminui as distâncias e une as pessoas e países, nós todos experimentamos seus benefícios, vantagens e, certamente, todo o stress proveniente dessa relação.

 

Toda nova tecnologia tem de ser aceita de uma maneira ou de outra. Evitá-la vai deixar as pessoas ainda mais estressadas, porque desse modo elas vão ficar de fora pois a tendência é de que ela faça cada vez mais parte de nossa vida.

 

Deve-se porém levar em consideração de que a tecnologia não é a causadora de todos os problemas: são os seres humanos que as utilizam que devem adaptar-se aos efeitos de seu uso, aprendendo a lidar com os problemas de forma saudável e estabelecer limites que permitam a todos manter a saúde física e mental.

Álvaro Parisi é professor da IBE Conveniada FGV

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