Lideranças autocráticas e obsoletas ainda fazem parte da realidade de muitas organizações. Mesmo com um “mundo” de informações à disposição, cursos de especialização, MBAs e demais maneiras de se ter acesso ao conhecimento e se transformar num líder inovador, esse pode ainda ser o modelo de muitos gestores.
Difícil mudar o estilo quando as próprias organizações (cultura, empresários) reforçam esses comportamentos, principalmente quando o padrão estabelecido ainda gera lucros. Como dizer a um empresário, diretor, gerente que ele poderia fazer de um modo melhor e mais eficiente, se assim a empresa “até cresceu”? Como demonstrar que as novas gerações são diferentes?
Existem algumas maneiras como: realizar pesquisa de clima organizacional, levantar dados como turnover e absenteísmo, fazer avaliações do tipo 360 graus, e outras técnicas aplicadas para se obter informações e realizar intervenções.
Mas de uma maneira geral, dificilmente uma empresa consegue reter talentos, manter equipes motivadas e obter bons resultados, sem que os gestores tenham um papel fundamental nesse contexto.
Algumas habilidades gerenciais são essenciais no cenário atual:
1- MOTIVAR A EQUIPE: atualmente os profissionais querem saber “por quê”, “como”, “onde”, ou seja, os jovens não aceitam “ordens”; necessitam conhecer os objetivos finais. Sente-se motivados se houver desafios e souberam onde irão chegar;
2- FEEDBACK: elogios, Mentoring e Coaching. Embora muitos dos profissionais tenham um excelente conhecimento dada a facilidade com que obtém informações, ainda necessitam da experiência, do conhecimento tácito, da habilidade de quem já fez e sabe o caminho;
3- CONDUZIR A EQUIPE: delegar e dar autonomia. Mostrar o caminho e permitir a realização. Definir os objetivos e fazer com que sintam-se parte importante do projeto e com responsabilidade para alcançar os resultados;
4- COMPARTILHAR: informações comuns a todos, estratégias, conhecimento;
5- GERENCIAR CONFLITOS: numa equipe, a diversidade estará presente de uma maneira ou de outra, fazendo com que, eventualmente a divergência de opiniões se transformem em conflitos. Saber lidar com isso, mantendo a coesão e respeitando a todos, fará toda a diferença;
6- DESENVOLVER CARREIRA: permitir que cada profissional da equipe tenha oportunidades de crescimento e carreira. Não há nada pior do que líderes que, com receio de “perder” bons funcionários, “boicotam” a ida dos mesmo para outros setores ou cargos da empresa;
7- VISÃO SISTÊMICA: apresentar (e compartilhar) uma visão do todo: dos setores, do processo, da cultura, da sustentabilidade. Isso demonstra nível de interesse e comprometimento,
Existem muitas outras habilidades para fazer de um chefe, um líder de alta performance.
Mas no fim das contas, o que importa é a “Significância”, ou seja, mostrar a cada um dos profissionais o que ele representa; é fazer com que perceba sua individualidade, no todo e, ao mesmo tempo, a importância e diferença que faz para a equipe e para a empresa.
Eline Rasera, psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE Conveniada FGV.
Fonte: Panorama de Negócios