Saúde mental é fator preocupante após quase três meses de isolamento social

isolamento social

O isolamento social imposto pela pandemia vem mudando a realidade dos brasileiros, e não apenas com relação à rotina. Por causa do “novo normal”, muitos tiveram impactos nos rendimentos financeiros, redução de jornada, contratos suspensos ou foram afastados de forma tão abrupta de seus hábitos cotidianos, que apresentaram algum tipo de problema psicológico.

Foi o que revelou um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas corroborado por estudo da Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

A pesquisa do Instituto entrevistou 2.200 pessoas dos 26 estados e do Distrito Federal e mostrou que 86% da população tiveram hábitos e costumes alterados por causa da crise sanitária e 82,8% sofreram impactos financeiros. Além disso, mais da metade dos brasileiros (53,6%) apresentou diversas crises de ansiedade, depressão ou outro tipo de distúrbio psicológico nos últimos dois meses.

O medo de contrair a Covid-19 também é uma preocupação constante e está presente em 79% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa. Porém quase metade dos entrevistados (45,5%) revelaram que não manteriam o isolamento social pelo tempo que fosse necessário.

A verdade, de acordo com especialistas, é que a maioria das pessoas desejariam ter suas vidas “normais”, como antes da pandemia.

A pesquisa também perguntou sobre prática de atividade física e consumo de bebida alcoólica durante o distanciamento social. O resultado revelou que 64,9% das pessoas entrevistadas não estão se exercitando em casa, e 17,4% admitiram que aumentaram a ingestão de bebida alcoólica.

(A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de maio e atinge um grau de confiança de 95%, com margem de erro de 2% para mais ou para menos).

Já o estudo feito pelo Instituto de Psicologia da UERJ apontou que os casos de depressão praticamente dobraram desde o início da quarentena. Entre março e abril, dados coletados online indicam que o percentual de pessoas com depressão saltou de 4,2% para 8,0%, enquanto para os quadros de ansiedade o índice foi de 8,7% para 14,9%.

Segundo o professor de Gestão de Pessoas da IBE Conveniada FGV, Vagner Sandoval, a saúde mental dos brasileiros durante o período de isolamento social por causa da pandemia de Covid-19 é um fator de preocupação.

Segundo ele, os fatores podem ser medo de contrair o coronavírus caso tenha que trabalhar fora durante a quarentena, incertezas sobre a carreira, desgaste ocasionado pela sobrecarga no home office, receio de perder o emprego, desafios para o enfrentamento da situação e diversos outros.

Se antes da pandemia, o capital intelectual já era motivo de preocupação por parte das empresas e setores de recursos humanos, com o “novo normal”, as preocupações foram acentuadas. Isso porque as pessoas são o maior patrimônio da organização e a crise sanitária tornou as relações pessoas e profissionais muito mais complexas.

 

É preciso pensar em como ficar saudável e estabelecer uma rotina adequada, recomenda o especialista. Segundo ele, esses quadros de ansiedade, depressão e angústia apontados pelas pesquisas são normais em uma situação de pandemia.

Para ele, a culpa também não é uma boa saída e, apesar de ser difícil estabelecer limites aos sentimentos, uma das medidas necessárias é procurar ajudar profissional. Neste momento, uma das boas notícias é a rede de ajuda mútua e compartilhamento que se estabeleceu para distribuição de cestas básicas, arrecadação de itens de higiene e limpeza, bem como de equipamentos de proteção individual.

Muitos profissionais de psicologia e saúde também estão se voluntariando para aconselhamento e orientações online e gratuitamente. Tão importante quanto se manter em desenvolvimento para estar pronto para a retoma é necessário cuidar da saúde mental, e física, para suportar esse período.

 

Veja algumas dicas de especialistas em pessoas e saúde:

– Procure manter as rotinas normais da vida: sono, exercícios físicos e alimentação saudável.

– Cuidar dos outros também faz bem para a saúde mental. Tente compartilhar ajudar.

– Não foque em informações sobre a pandemia o dia todo. É importante se manter informado, mas o excesso pode causar ansiedade ou estresse.

– Mantenha o contato virtual com familiares e amigos.

– Esteja alerta aos sinais das crianças e idosos que ficam mais suscetíveis ao isolamento.

– Cuide das crianças com atenção, com as atividades escolares, mas também com brincadeiras.

– É indispensável fazer pausas. E isso vale inclusive para profissionais de saúde que estão se desdobrando nesse momento

– Busque o sistema de saúde quando for necessário.

 

 

IBE Conveniada FGV

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