SAÚDE EMOCIONAL NAS ORGANIZAÇÕES

SAÚDE EMOCIONAL NAS ORGANIZAÇÕES

COLUNA DA PROFESSORA E PSICÓLOGA ELINE RASERA

 

30 de agosto de 2014.
SAÚDE EMOCIONAL NAS ORGANIZAÇÕES
Eline Rasera.
Ainda tidos como tabu, assuntos relacionados à saúde mental  são poucos discutidos ou até mesmo ignorados na maioria das empresas. No entanto, como um “inimigo silencioso”, os problemas da psique humana avançam cada vez mais, afetando produtividade, resultados financeiros e segurança no trabalho, podendo causar sérios prejuízos no balanço final.
Mas qual a razão de, mesmo sendo tão impactante para as organizações, ainda existir tão pouco espaço para discutir o tema, criar políticas de apoio aos profissionais e permitir que sejam ajudados sem julgamento e sem risco de perder o emprego? Infelizmente isso é possível acontecer, uma vez que seja diagnosticado qualquer transtorno mental.
Segundo a psicóloga Juliana O. Fernandes, “… ao utilizarmos a palavra ‘transtorno’, estamos falando de algo que está em desordem, ou seja, vivencias que causam sofrimento intenso”.
Parece que admitir algum tipo de problema dessa natureza pode sugerir falta de competência ou incapacidade profissional. É aceito que as pessoas possam ter problemas cardíacos, digestivos e ate neurológicos, contanto sejam problemas físicos, porém, qualquer diagnóstico como depressão, síndrome do pânico, fobias, compulsão e outros, são omitidos e muitas vezes as pessoas buscam ajuda sigilosamente (quando buscam) – acreditam que vai passar e que é só uma fase.
Durante muito tempo, sintomas emocionais foram confundidos com loucura e as pessoas, estigmatizadas. Atualmente, com todo o avanço da ciência, ainda permanece de forma negativa na mente e nas atitudes do homem moderno que transtorno mental significa fraqueza e, é comum as pessoas procurarem causas físicas para justificarem os problemas dessa natureza.
Mas, nas últimas semanas o assunto veio à tona  com a morte de pessoas conhecidas, as quais não se imaginavam terem nenhum tipo de problema, quanto mais no campo psicológico. Mas aconteceu e existem mais pessoas sofrendo à nossa volta, do que podemos imaginar.
E o que fazem a sociedade, organizações, instituições de saúde e outros órgãos competentes? Será que não é hora de se promover campanhas, criar espaços para se falar mais livremente, desenvolver políticas que apoiem e não julguem ou desmoralizem os que se encontram nessa situação?
Empresas perdem com o afastamento de profissionais muitas vezes fundamentais para o negócio, perdem com acidentes de trabalho, pois pessoas com transtorno mental tendem a ter diminuída sua capacidade para avaliar riscos e tornam-se altamente suscetíveis às condições inseguras do trabalho.
“No Brasil, os transtornos mentais são a terceira causa de longos afastamentos do trabalho por doença.” – Julio Bernardes/Agencia USP de Noticias.
E o que causa o “transtorno mental”?
“Um grande aspecto de fatores – nosso mapa genético, química cerebral, aspectos do nosso estilo de vida. Acontecimentos que nos acometeram no passado e nossas relações com as outras pessoas – participam de alguma forma”. Dra. Edna P. Vietta.
Outro fator possível de desencadear algum tipo de desequilíbrio, pode vir da própria sociedade que cobra cada vez mais por desempenho, competência e sucesso. Sem condições para competir, muitas vezes os profissionais desenvolvem problemas de autoestima, sensação de fracasso, agravando para depressão e outras doenças tão comum hoje em dia.
Portanto, todos nós estamos sujeitos a sermos acometidos por qualquer um desses problemas em algum momento da nossa vida.
O seres humanos passam por situações difíceis como perdas (familiares, emprego, situação financeira, relacionamento, etc) e não necessariamente apresentam um quadro com diagnóstico de “transtorno mental”. São as vicissitudes da vida. No entanto, é comum que essas mesmas pessoas não consigam passar pela fase da tristeza e melancolia de maneira “natural” e o tempo que seria esperado para diminuir a dor, se estende de tal maneira que ofereça prejuízo para toda uma vida. Muitas vezes esses mesmos problemas desencadeiam doenças físicas, a que chamamos de psicossomatização, (problemas de estômago, coração, pulmão e outros órgãos).
De qualquer modo, da mesma forma que lidamos com a saúde física, devemos lidar com a mental.
Somos um só – mente e corpo – ligados e interligados. Não tem como separar o mental do físico. Precisamos cuidar dos dois, sem hipocrisia, com seriedade e com humanismo.
Eline Rasera, psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE Conveniada FGV.
Fonte: http://www.panoramadenegocios.com.br/2014/08/coluna-da-professora-e-psicologa-eline_30.html

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