O retorno de investimentos a longo prazo, no Brasil, cresce de 3 para 5 anos, e a recuperação do dinheiro aplicado e o lucro ficaram quase 70% mais longos, porcentagem causada por incertezas econômicas, que vem acompanhando a redução de juros.
O ambiente atual permite que o governo emita títulos de dívida, que são aplicações de renda fixa com prazos de vencimentos, em 20 ou 30 anos. Antes, ele só emitia papéis para 8 ou 10 anos. O envelhecimento da população também contribui para a mudança na percepção de longo prazo, afirmam economistas.
“Antes, tínhamos um monte de gente trabalhando para bancar os aposentados. Agora, essa parcela de pessoas é menor, porque temos cada vez mais aposentados no Brasil e no mundo”, diz William Eid, professor da FGV.
Para Eid, como as pessoas estão vivendo mais, é maior a preocupação em ter conforto financeiro na velhice. “Especialmente a classe média percebeu que não poderia depender do INSS (Previdência Social) para isso. Assim, as pessoas começaram a investir pensando mais a longo prazo”, afirma.