A importância do reconhecimento profissional
Reconhecer seu funcionário é de graça e pode aumentar a produtividade
Estamos tão carentes que precisamos tirar a própria self para sermos reconhecidos?
Esse sintoma caracteriza uma sociedade que busca, desesperadamente, atenção e o reconhecimento do outro. Precisa se autoafirmar o tempo inteiro. O like da self traz para o seu autor o reconhecimento virtual que não recebe na vida real.
O ambiente profissional parece reforçar a causa dessa atitude e arrisco um paralelo.
Dos 72% das pessoas insatisfeitas com o trabalho, 89% dos casos tem a ver com falta de reconhecimento, 78% com excesso de tarefas e 63% com problemas de relacionamento, segundo dados da Isma Brasil (International Stress Management Association).
Quando se lê que 89% dos trabalhadores não se sentem valorizados e que reconhecimento por parte dos gestores — que não custa nada financeiramente — poderia influenciar na melhoria dos índices de insatisfação na relação de trabalho fico pensando numa frase dita por um amigo Executivo de RH Américo Figueiredo: “As empresas precisam de líderes que sejam capazes de se conectar emocionalmente às pessoas”.
Sem conexão emocional, não há percepção. Falta o básico!
Sem o básico, as relações se tornam mecânicas e superficiais, gerando o terceiro item mais alto da pesquisa, os 63% com problemas de relacionamento.
Faltam gestores interessados e vinculados emocionalmente com as pessoas. Falta gente que inspire, com propósitos que vão além dos lucros trimestral ou anual.
As pessoas são mais aptas a responder a estímulos positivos do que negativos.
Reconhecer que o colaborador, par ou fornecedor fazem bom trabalho, não dói e ainda melhora o relacionamento, pois a pessoa se sente respeitada e prestigiada o que a estimula a fazer mais e melhor numa próxima vez.
Gentileza tende a gerar gentiliza, elogie realizações e contribuições, comemore conquistas, incentive ideias, participe junto das equipes.
As pessoas tendem a fazer o melhor que podem, desde que se envolvam emocionalmente com o que fazem.
Assim, para melhorar é preciso tirar da mão o pau de self e olhar quem está ao seu lado e investir em relacionamentos reais.
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Este artigo foi publicado originalmente na Folha de S. Paulo.