RAC: Confiança da Indústria registra recuo no mês de dezembro. Matéria com análise do professor da IBE Conveniada FGV, Múcio Zacharias.
RETRAÇÃO
Confiança da Indústria registra recuo no mês de dezembro
Para especialista, o reflexo da indústria é o que tem afetado toda a economia
O professor de Economia explica que, para pessoas que investem em baixos valores, como por exemplo carros, a economia não foi afetada tão drasticamente, mas para empresários e industriais que investem milhões em máquinas, o cenário é outro. “Com a economia instável, a base para esses investimentos é praticamente toda subsidiada pelo capital externo e, com a alta do dólar, a taxa de custos para os empresários é muito alta, o que torna os investimentos menores,” afirma.
O indicador que mede o grau de satisfação com o nível de demanda exerceu a maior influência na queda do ISA em dezembro. O indicador recuou 6,1% entre novembro e dezembro, ao passar de 81,5 para 76,5 pontos, revertendo boa parte da alta de 10,7% registrada no mês anterior. A proporção de empresas avaliando o nível de demanda como forte diminuiu de 8,8% para 7,6%, enquanto a parcela de empresas que o avaliam como fraco aumentou, de 27,3% para 31,1%.
Segundo o especialista em economia da IBE- FGV, o empresário não conseguiu repassar ao consumidor todo o valor gasto em sua produção, fazendo com que a indústria se endividasse, gerando uma queda no PIB industrial de 2,5% nos últimos quatro anos. E, automaticamente, reduzindo os níveis de produção.
O indicador de produção prevista exerceu a maior contribuição para a queda do IE, ao recuar 4,6% sobre o mês anterior, para 109,4 pontos, o menor nível desde julho (106,8 pontos). A proporção de empresas que preveem aumentar a produção nos três meses seguintes caiu de 35,0% para 32,4%; a parcela das que esperam reduzir a produção aumentou de 20,3% para 23,0%.
“O empregador vai ser obrigado a demitir para se manter. O reflexo da indústria é o que está contaminando toda a economia,” conclui Zacharias.