Qualidade
Sergio Miorin
A qualidade hoje no mundo corporativo não é um diferencial, mas sim sobrevivência dentro das empresas. Dentro dessa nova realidade corporativa, o cliente acaba sendo a peça principal para qualquer planejamento estratégico, ou seja, precisamos saber o que ele necessita e coletar as informações necessárias para o bom desenvolvimento do produto.
E como podemos definir qualidade? Podemos escrever muito sobre o assunto, definições, mas acredito que algumas frases representam a importância dessa palavra tão importante e discutida atualmente. Sinônimo de excelência é satisfazer as necessidades do cliente em primeiro lugar e zero defeito.
A qualidade do produto se compara como a água de um rio, quando conseguimos percebê-la ou tocá-la, ela já se modificou.
Podemos também fazer uma comparação com uma corrida, porém sem linha de chegada, ou seja, qualidade não tem fim.
A qualidade não é somente desenvolvida pelo departamento ou área da qualidade de uma empresa, mas sim por todas as áreas e colaboradores.
A qualidade não é só do produto, mas da cadeia de uma forma geral. Qualidade é entregar o produto certo, na quantidade certa, na data certa.
E quais os objetivos da qualidade? São inúmeros, iremos citar alguns deles e seus reflexos perante o resultado financeiro de uma empresa.
Com uma melhor qualidade eu tenho uma melhor imagem, menor necessidade em competir em preço, maiores receitas com lucros maiores.
Com uma melhor qualidade os custos de serviços são menores, menor custo de operação com lucros maiores.
Com uma melhor qualidade eu terei menores custos de inspeções e testes menores, menores custos de refugo e retrabalho, menores custos de garantia e reclamações, menores estoques, menor tempo de processamento, resultando em maior produtividade e menores custos de capital, possibilitando maiores lucros.
Como já escrevemos, a satisfação do cliente é fundamental para o bom desenvolvimento de qualquer empresa/negócio, e dentro desse contexto podemos afirmar, que a satisfação do cliente está diretamente ligado ao:
Prazo de projeto, pontualidade da entrega, condições de pagamento, atendimento pré e pós-vendas e principalmente a flexibilidade, parceria e rapidez quando necessário.
A palavra qualidade está muito ligado a palavra mudança. E hoje a única coisa que podemos ter certeza é que a mudança sempre existiu, existe e existirá, e para que isso aconteça precisamos ter flexibilidade.
Um fator que contribui muito para o bom desenvolvimento da qualidade são as pessoas. Dentro dessa palavra chave pessoas, podemos acrescentar treinamento, energização, relacionamento, comunicação e trabalho em equipe.
A questão pessoas ou gestão de pessoas é tão importante, pois se resgatarmos o conceito de qualidade de quando iniciou-se, podemos recordar que principalmente no meio industrial, manufatura, produção, processamento ou operações, nós tínhamos a figura do inspetor de qualidade no final de cada linha de produção, inspecionando 100% dos produtos que saiam da linha de produção.
Ao passar dos anos, até a título de redução de custos, começou então um novo conceito de qualidade, um único inspetor já conseguia ser responsável por três linhas produtivas, e a inspeção já não tinha a necessidade de ser inspecionada 100%, passou a ser parcial, isso porque os processos se tornaram mais confiáveis, mais robustos.
Hoje já temos um novo conceito que chamamos de auto-controle, a própria pessoa da área produtiva que faz a montagem na produção, já faz a qualidade do produto, ou seja, as pessoas passaram a ter mais responsabilidades, e o processo através de ferramentas japonesas como Poka-Yoke, que possuem uma metodologia japonesa a prova de erros, evitando assim possíveis defeitos, garantindo a qualidade do produto.
O conceito e a prática da qualidade acabaram seguindo uma tendência de mercado que levou a um cenário em que os consumidores se tornaram mais exigentes, ou seja, se não conhecem o produto, passam a conhecer e depois o compram. A abertura de mercados internacionais, importação, mais o aumento da concorrência também contribuíram para a prática da qualidade.
O mercado externo também tornaram- se mais exigentes, tendo assim que fabricarmos produtos iguais ou superiores os solicitados.
A palavra e conceito qualidade chegou a um ponto tal, que começaram a serem incluídas nos termos contratuais.
Sergio Henrique Miorin, professor de Gestão de Pessoas nos cursos de MBA e Pós-graduação da IBE Conveniada FGV e diretor geral da SM Consultoria, Treinamentos e Palestras.
Fonte: http://www.panoramadenegocios.com.br/2014/05/coluna-do-professor-sergio-miorin.html