Profissionais perfeccionistas são pouco realizadores
Embora a perfeição em trabalhos ou projetos possa parecer ideal para conquistar a ascensão profissional, especialistas alertam para o fato de que pessoas com essa característica são pouco realizadoras.
A premissa, segundo a Professora Doutora da IBE Conveniada FGV, Rita Ritz, vem da certeza de que a perfeição não existe. “As pessoas que sofrem com esse mal acabam adiando a entrega dos seus projetos porque julgam que nunca estão suficientemente bons. Com isso, embora na teoria estejamos em vias de conseguir o melhor trabalho, na prática, não temos nada”, explica.
Para a professora, que também trabalha em consultoria e coaching de profissionais, é imprescindível que os projetos sejam planejados dentro do tempo ideal para minimizar problemas e alcançar os resultados previstos, entretanto, sempre haverá algo para ser ajustado à medida que for colocado em prática porque o mercado está em constante movimento.
O mais importante, é seguir em frente, ou até recuar se for necessário, mas não ficar apenas no campo das ideias. “Às vezes, o material já está pronto e maduro o suficiente para ser colocado em prática, mas os perfeccionistas vão continuar achando que falta algo, que não atingiu o ponto alto, que não solucionou todas as questões. Essa característica precisa ser trabalhada, senão, ele pode ser considerado improdutivo, quando na realidade, está sofrendo de zelo excessivo”, diz ela.
O consultor de empresas, João Arena, concorda. “Ou você é vítima ou é protagonista, cada um escolhe em qual situação prefere se encaixar. Já vi projetos impecáveis que nunca saíram do papel. O importante é avançar”, conclui. Uma dica para não cair na armadilha do perfeccionismo é procurar ajuda profissional de orientação de carreira.
A professora faz outro alerta importante. “Não é possível delegar as decisões da sua vida. O coach vai ajudar a pavimentar o caminho, mas quem guia a vida e a carreira é você. Como um líder na empresa. Ele tem como função principal fazer com que as vias por onde passará o trabalho estejam em condições de uso, entretanto, é o profissional, com suas atitudes e decisões, quem deverá prosseguir. Nunca delegue sua vida a terceiros”, reitera Ritz.