CAMPINAS SE DESTACA NO PIB DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Campinas (SP) ocupa a décima posição no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) dos 100 maiores municípios brasileiros no ano de 2011 com base em levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta semana. Campinas tem um PIB de R$ 40,25 bilhões. Além de Campinas, figuram no ranking dos 100 maiores municípios mais seis cidades da região metropolitana de Campinas que são Paulínia (SP) com R$ 8,18 bilhões, Sumaré (SP) com R$ 7,85 bilhões, Vinhedo (SP) com R$ 7,3 bilhões, Americana (SP) com R$ 6,85 bilhões, Hortolândia (SP) com R$ 6,7 bilhões e Indaiatuba (SP) com R$ 5,98 bilhões. Juntas todas as seis cidades incluindo Campinas chega a um PIB de R$ 83,41 bilhões. No ranking nacional a cidade de São Paulo ocupa a primeira posição com R$ 477 bilhões, seguida pelo Rio de Janeiro com R$ 209,3 bilhões. Brasília ocupa a terceira posição com R$ 164,4 bilhões, seguida de Curitiba com R$ 58 bilhões, Belo Horizonte com R$ 54,9 bilhões. A cidade de Manaus ocupa a sexta posição com R$ 51 bilhões seguida de Porto Alegre com R$ 45,5 bilhões; Guarulhos com R$43,4 bilhões e Fortaleza com R$ 42 bilhões na nona posição.
Levando-se em conta apenas os municípios das cidades paulistas, os dados do PIB mostram que a Região Metropolitana de São Paulo recuperou sua participação na indústria paulista em 2011, ainda que sem voltar a ter o mesmo peso de 2000. O município de São Paulo também ampliou sua contribuição na indústria estadual de 24,6%, em 2010, para 25,3%, em 2011, fato explicado pelo desempenho dos segmentos de edição, impressão e gravações, de vestuário e acessórios e de produtos alimentícios. Já os municípios do ABC recuaram, com destaque para a variação negativa de São Bernardo do Campo, Santo André e Mauá.
A pesquisa constata, também, a manutenção no nível de concentração econômica. Os dez maiores municípios em termos do PIB municipal responderam por 56,6% do PIB estadual em 2010 e por 56,7% em 2011. Não houve mudanças entre os nove primeiros colocados no ranking que são São Paulo, Guarulhos, Campinas, Osasco, São Bernardo do Campo, Barueri, Santos, São José dos Campos e Jundiaí. Ribeirão Preto voltou a ocupar o 10º lugar.
O município de São Paulo mantém-se como o principal centro econômico do Estado, com 35,3% do PIB paulista. Alguns municípios com importantes parques industriais perderam colocações no ranking do PIB paulista, tais como Santo André, Taubaté, Matão, Cubatão e Sumaré, enquanto outros com crescimento no setor de serviços ganharam posições, como Louveira, Cotia e Itapevi.
Para o economista e professor de Economia da IBE Conveniada FGV, Paulo Grandi, Campinas é uma cidade privilegiada tanto geograficamente por estar próxima aos grandes centros consumidores do Brasil e da América Latina como por um sistema viário muito bom e por estar numa região que tem uma forte vocação agrícola. “O agronegócio é muito forte na região, então ela tem uma vocação para atrair investimentos e para crescer acima da média do Brasil”, diz. “O PIB da região é maior que muitos Estados do Brasil. É um PIB muito consistente, muito forte. A região metropolitana de Campinas acaba puxando vários municípios. O Estado de São Paulo como um todo tem mais que 1/3 do PIB nacional e Campinas está inserida numa geografia muito próxima de São Paulo”, completa.
Na avaliação do economista e professor da IBE Conveniada FGV, Paulo Grandi, o PIB de Campinas e região tem uma tendência a subir bastante e que tende a surpreender quando forem divulgados os dados relativos ao ano de 2013. “Em 2011 nós estávamos num período de início não só de investimento em consumo no Brasil, 2010 foi o início da expansão do consumo do Brasil, da expansão do crédito, que aumentou o PIB de vários municípios do país como um todo, mas também o início forte de grandes investimentos e montadoras que se instalaram. Em 2011 nós não tínhamos, por exemplo, a Hyundai em Piracicaba. Hoje nós temos e outros anúncios de montadoras na região, então isso tudo vai colaborar para que o PIB surpreenda positivamente. A região tem uma vocação para receber grandes investimentos”, explica.
O sócio líder do escritório da EY (antiga Ernest Young) para o interior de São Paulo, Luis Marini, também faz a mesma leitura com relação ao fortalecimento do PIB da região metropolitana de Campinas. “Em sondagens recentes que a Ernest Campinas tem feito tem confirmado que a empregabilidade ainda continua alta. A maioria das empresas não tem demitido. Ainda tem muita empresa que está contratando, ou seja, o PIB ainda continua forte. Eu acho que a gente vai TR uma mudança importante quando a gente receber estes mesmos indicadores para 2013. Na minha avaliação isso vai começar a mostrar um reposicionamento bastante significativo da região administrativa de Campinas comparada com as regiões de Minas, centro oeste e outras cidades do Brasil. A gente tem conseguido reter um volume importante da atividade econômica enquanto outras regiões já estão sentindo mais intensamente essa hesitação de investimento que o empresariado já tem demonstrado”, diz.
Apesar da recuperação da indústria, o município de São Paulo diminuiu ligeiramente seu peso no PIB do Estado entre 2010 e 2011 passando de 35,5% para 35,3%. Tal resultado deve-se ao desempenho do setor de serviços, que passou de 40,5% para 39,7%, nesse período, a primeira retração no valor adicionado do setor desde 2007.
Essa perda de participação do setor de serviços da capital do Estado está associada, principalmente, ao comércio. Desde meados da década passada, há um movimento de implantação de centros de distribuição de empresas comerciais em localidades próximas ao município de São Paulo, que parece ter sido estimulado pela ampliação do Rodoanel em 2010.
O cálculo do PIB dos municípios paulistas insere-se em projeto de âmbito nacional que abrange todos os municípios brasileiros. A metodologia utilizada – desenvolvida conjuntamente pelo IBGE e órgãos estaduais de estatística, entre os quais a Fundação Seade – consiste basicamente no rateio, entre os municípios, do valor adicionado das principais atividades econômicas contidas no PIB do Estado (inclusive impostos), por meio de indicadores pertinentes a cada uma delas. Como a mesma metodologia é adotada em todo o país, é possível comparar o PIB dos municípios paulistas com o dos demais Estados.
Foto 1 – Professor de Economia da IBE Conveniada FGV, Paulo Grandi.
Foto 2 – Sócio líder do escritório da EY (antiga Ernest Young) para o interior de São Paulo, Luis Marini (a esquerda)
Crédito divulgação
Fonte: http://www.panoramadenegocios.com.br/2013/12/campinas-se-destaca-no-pib-dos.html