Índices começam a demonstrar o comportamento do mercado em relação à pandemia de coronavírus com reflexos na economia, alavancados pelo comportamento do consumidor em regime de isolamento social e alta do dólar.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,05% no primeiro decêndio de abril de 2020, aponta o Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). No primeiro decêndio de março de 2020, este índice variou 0,15%.
O avanço deste mês foi puxado pelo encarecimento das matérias-primas brutas, especialmente soja e minério de ferro, cotados em dólar, em um cálculo de que o real teve uma desvalorização de aproximadamente 14% ante o dólar no período de coleta do indicador de inflação, que se estendeu de 11 de março a 10 de abril.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que mede a inflação no varejo, teve alta de 0,33% em abril, depois da queda de 0,03% em março. A aceleração foi exclusivamente do aumento de preços dos alimentos, por conta de um choque de demanda decorrente das medidas de isolamento contra a pandemia do novo coronavírus.
Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Alimentação (0,22% para 1,24%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item hortaliças e legumes, cuja taxa passou de 0,56% para 9,31%
Também foram computados acréscimos nas taxas de variação dos grupos Educação, Leitura e Recreação (-1,08% para 0,49%), Habitação (-0,18% para 0,38%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,15% para 0,46%) e Despesas Diversas (0,00% para 0,43%). Nestas classes de despesa, as maiores influências observadas partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-11,24% para 6,82%), tarifa de eletricidade residencial (-0,91% para 0,63%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,30% para 0,94%) e serviços bancários (0,00% para 0,41%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (-0,01% para -0,67%), Vestuário (0,32% para -0,07%) e Comunicação (0,06% para 0,05%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos itens: gasolina (-1,39% para -2,65%), roupas (0,41% para -0,18%) e mensalidade para TV por assinatura (0,28% para 0,00%).
Mais índices
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,43% no primeiro decêndio de abril. No mesmo período do mês de março, o índice variou 0,20%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais passaram de 0,85% em março para -0,04% em abril. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -0,76% para -19,43%.
O índice correspondente aos Bens Intermediários passou de -0,26% no primeiro decêndio de março para 1,72% no primeiro decêndio de abril. Este avanço foi influenciado pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,86% para 3,61%.
A taxa do índice referente as Matérias-Primas Brutas passou de -0,01% no primeiro decêndio de março para 2,66% no primeiro decêndio de abril. Contribuíram para o avanço da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-6,80% para 5,60%), soja (em grão) (2,16% para 6,77%) e laranja (0,17% para 8,76%). Em sentido oposto, vale citar bovinos (3,79% para -3,95%), aves (2,48% para -2,74%) e mandioca (aipim) (0,70% para -3,52%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,16% no primeiro decêndio de abril, taxa inferior a apurada no mês anterior, quando o índice foi de 0,34%. Os três componentes do INCC registraram as seguintes taxas da variação na passagem do primeiro decêndio de março para o primeiro decêndio de abril: Materiais e Equipamentos (0,29% para 0,41%), Mão de Obra (0,40% para 0,00%) e Serviços repetiu a taxa do mês anterior, que foi de 0,17%.
O estudo completo está disponível no site.
Casos da doença chegam a 2 milhões no mundo
No mundo todo, o número de casos confirmados de Covid-19 passou de 2 milhões na manhã desta quarta-feira (15), de acordo com um levantamento da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.
Ao todo, mais de 128 mil pessoas morreram com a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
O pior é que isso significa que o número de casos confirmados dobrou em menos de duas semanas. Em 2 de abril, os registros ultrapassaram a barreira de 1 milhão. Sete dias depois, em 9 de abril, os casos chegaram a 1,5 milhão. Mais seis dias depois, e a marca de 2 milhões foi alcançada.
E mais: o número real pode ser ainda maior porque nem todos são diagnosticados e reportados. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem reforçado a necessidade de testar o máximo de pessoas possível.
Foto: Reprodução/Johns Hopkins obtida pelo G1 – Painel da universidade americana Johns Hopkins mostra, à esquerda, mais de 2 milhões de casos confirmados de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus
Isso tudo, apenas três meses e meio após a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitir o primeiro alerta da doença em 31 de dezembro de 2019, depois que as autoridades chinesas notificaram os primeiros registros de uma pneumonia atípica na cidade de Wuhan.
A doença se espalhou rápido por todos os continentes – menos Antártica – provocou o isolamento social de milhares de pessoas e gerou uma corrida por equipamentos de proteção individual (EPIs) para as equipes de saúde; testes de detecção da doença; e respiradores, usados no tratamento de casos mais graves, continua
Conheça os países com mais casos confirmados conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins esta quarta-feira, às 11h15.
Estados Unidos: 609.685 casos / 26.059 mortes
Espanha: 177.633 casos / 18.579 mortes
Itália: 162.488 casos / 21.067 mortes
Alemanha: 132.210 casos/ 3.502 mortes
França: 131.362 casos / 15.750 mortes
Reino Unido: 94.847 casos / 12.131 mortes
China: 83.355 casos / 3.346 mortes
Irã: 79.389 casos / 4.777 mortes
Turquia: 65.111 casos / 1.403 mortes
Bélgica: 33.573 casos / 4.440
O Brasil ocupa a 14ª posição. Com a primeira vítima no Tocantins, o país passa a ter mortos pela Covid-19 em todos os estados brasileiros.
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