Os melhores CEOs do mundo em 2016 – Três brasileiros aparecem no top 100 da Harvard Business Review; Roberto Setubal, do Itaú Unibanco, ocupa a 5ª posição –
Há muitas razões para os líderes tomarem decisões tendo em vista os resultados de curto prazo: baixo crescimento, pressão dos acionistas e volatilidade na bolsa. Só para citar algumas. Mas muitos deles não o fazem. Seja por trabalharem com uma estratégia de longo prazo, seja por entregarem resultados consistentes por muitos anos consecutivos e terem maior margem para atuar. O ranking anual da revista Harvard Business Review busca mostrar quem são os melhores CEOs do mundo, aqueles que entregam resultados consistentes muito além de um trimestre específico.
Atrás de Lars, na 2ª, 3ª e 4ª posição estão, respectivamente, os CEOs Martin Sorrell, da empresa de publicidade britânica WPP; Pablo Isla, que comanda o conglomerado têxtil Inditex (fundado por Amacio Ortega e dono da marca Zara); e Herbert Hainer, da Adidas.
O 5º lugar é ocupado por um brasileiro: Roberto Setubal, CEO do grupo Itaú Unibanco. Com longa trajetória dentro do banco, Setubal apresenta resultados consistentes em sua reta final no comando da holding. O executivo também ganha destaque no ranking financeiro da HBR, onde ocupa a 3º posição. Ele também foi eleito duas vezes por Época NEGÓCIOS como melhor CEO do Brasil (2014 e 2015).
Outros brasileiros destacados pela HBR são Carlos Brito, CEO da AB Inbev, que figura na 12ª posição e Renato Alves Vale, da CCR, que aparece em 57º lugar.
A lista destaca CEOs de empresa de diversas áreas como Hugh Grant (50º), da Monsanto; Ian Cook (65º), da Colgate; Jeff Bezzos (76º), da Amazon; John Mackey (78º), da Whole Foods; e Reed Hasting (96º), da Netflix.

Abaixo, confira os 10 primeiros do ranking:
1. Lars Rebien Sørensen – Novo Nordisk
2. Martin Sorrell – WWP
3. Pablo Isla – Inditex
4. Herbert Hainer – Adidas
5. Roberto Setubal – Itaú Unibanco
6. Jen-Hsun Huang – Nividia
7. Bernard Arnault – LVMH
8. Continental Corporation – Elmar Degenhart
9. Benoît Potier – Air Liquide
10. Jacques Aschenbroich – Valeo
Os critérios para elaboração do ranking não levam em conta apenas aspectos financeiros (como valor de mercado e balanços). Desde 2015, a HBR, dá maior peso a quesitos como governança corporativa e responsabilidade social e ambiental (ESG, em inglês). A revista analisou no total a performance de 895 CEOs de 886 companies (algumas empresas têm copresidentes). Alguns CEOs que deveria estar analisados foram excluídos por serem presos ou condenados.
A revista destaca que os tempos atuais não são fáceis para os CEOs. “Em todo o mundo, as economias vivenciam baixo crescimento. Em cada região, há políticas incertas que influenciam em planejamentos de longo prazo e, nos EUA em particular, os acionistas ativistas têm se tornado porta-vozes críticos de líderes de negócios”. A despeito desse cenário, a revista destaca que há CEOs que têm conseguido pensar e planejar o longo prazo — e o fato de estarem no comando da mesma empresa há tantos anos é uma prova disso.
Considerando os 100 melhores CEOs, a média de permanência na presidência é de 17 anos. O retorno médio gerado por eles é de 20,2% ao ano. 30 deles estão no ranking pelo terceiro ano consecutivo e apenas 16 lideram companhias cuja sede não fica em seus países de origem. 24 têm MBA, o mesmo número de formados em engenharia e, na média, eles assumiram o cargo de CEO aos 44 anos. 84 deles são “insiders” (executivos internos, que têm carreira na empresa antes de ascender ao posto mais alto). Um terço do total de 100 é novo na lista.
A HBR também lembra que o ranking não é e nem pretende ser uma análise definitiva. “Nem mesmo a performance espetacular do passado é capaz de garantir o futuro no cargo”, analisou, ao citar o caso de Lars Rebien Sørensen, da Novo Nordisk. Em agosto, as ações da empresa despencaram cerca de 20% por preocupações sobre a precificação de seus produtos e sua competitividade nos próximos anos. No dia 1º de setembro, a empresa anunciou que o CEO irá se aposentar em dezembro, dois anos antes do previsto.
Fonte: Época Negócios