O que é melhor: dólar alto ou baixo? – A primeira coisa que pensamos é que o dólar valorizado é bom
para a economia nacional, pois o aumento das exportações ajuda a equilibrar a balança comercial. Isso
é verdade em relação às empresas exportadoras que, por terem custos em reais e receitas em dólar, se
beneficiam com a alta da moeda norte-americana.
Com os produtos importados mais caros, itens nacionais ganham força, incentivando o mercado interno
e, isso, de certa maneira é bom, pois aumenta a atividade industrial, gerando mais empregos.
Mas se é bom por um lado, por outro pode causar aumento na inflação. Quando o dólar está baixo, a
importação de produtos ajuda a segurar os preços, mas quando é o Real que perde força, a maior procura
por produtos nacionais causa aumento de preços.
Outro aspecto negativo é que com o dólar alto, as indústrias encontram dificuldades para importar
matéria-prima utilizada na fabricação de bens duráveis e equipamentos eletrônicos, que acabam também
ficando mais caros. Muitas matérias-primas importadas, como trigo (grande parte da farinha de trigo
usada no Brasil é importada de Argentina e EUA.), gás e gasolina, com um preço mais caro para importação,
provocam um aumento do preço de itens básicos como pão, macarrão e combustíveis. E a partir do momento
que ocorre alta nos combustíveis, o processo produtivo como um todo é afetado, causando inflação.
Perspectiva de ganhos com o dólar em alta influencia a entrada de investidores estrangeiros.
O dólar alto também influencia na bolsa de valores favorecendo investimentos externos no país. Quando
os investidores estrangeiros percebem que o preço das ações de empresas brasileiras com capacidade de
crescimento e valorização está barato, investem nessas empresas injetando a moeda americana no mercado.
Sendo assim, a queda do real frente ao dólar transforma as ações brasileiras em um negócio melhor para
os investidores.
Dólar baixo significa estabilidade na economia
Quando a cotação do dólar baixa, os favorecidos são os importadores, que compram mercadorias em dólar para revender em real, obtendo um lucro maior.
Neste cenário de dólar valendo menos, a indústria local também se beneficia podendo comprar matéria prima mais em conta. Com a concorrência dos produtos
importados mais baratos e matéria prima mais acessível, o preço do produto nacional cai e segura a inflação.
Mas por outro lado, empresas exportadoras perdem mercado porque com o Real valorizado aumenta o preço dos produtos brasileiros no exterior.
Como o dólar influencia no turismo
Para quem quer viajar para o exterior, o melhor cenário é quando a cotação do dólar está em baixa. Com um maior poder de compra da moeda brasileira no
exterior, as passagens internacionais ficam mais baratas assim como hospedagens, alimentação e passeios.
Por outro lado, quando o dólar se recupera frente ao real, a tendência é de que os brasileiros adiem a viagem para o exterior e vejam com melhores olhos
os destinos internos. Quando o turista viaja no próprio país, gasta dinheiro com empresas brasileiras. A
valorização do dólar também aumenta o desembarque de turistas estrangeiros no país, que injetam
dinheiro na economia brasileira.
Mas então, qual a melhor cotação do dólar para a economia do país?
A curto prazo alguns setores são beneficiados com a alta do dólar, mas no médio e longo prazo, todos perdem, pois isso ocorre porque a economia está enfraquecida.
Por outro lado, o dólar valer muito pouco frente ao Real também é uma situação que não representa estabilidade.
“Considerando o valor médio do dólar nos últimos anos e todas consequências que a variação da moeda
causa na economia e também na vida do consumidor brasileiro, a cotação da moeda americana em torno
dos R$ 3,00 é positivo para a maioria dos setores”, comenta Leonardo Abrão Filho, CEO da Abrão Filho
Câmbio e Capitais e do site de comparação de câmbio, o cambiar.com.br.
Fonte: Cambiar em Baker Tilly Brasil