Pesquisa da Compre & Confie mostra que o número de pedidos online durante o mês de maio de 2020 cresceu 132,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O mesmo levantamento revela que as compras digitais aumentaram 81% em comparação ao mesmo período em 2019. O faturamento de abril foi de R$ 9,4 bilhões.
É fato que, com a pandemia, os números das vendas feitas pelos e-commerces dispararam, afinal, muitos compradores, que antes resistiam em comprar online, agora estão vendo a necessidade de se adaptar e adotar essa prática.
Cada vez mais seletivos, com o isolamento social e as atividades em home office, as pessoas têm mais tempo de pesquisar, mais recursos para buscar informações e recomendações sobre o produto ou serviço, avaliando o investimento que será feito. A compra é feita de uma forma mais inteligente, baseada em mais análises e recomendações.
Mas, você sabe o que, de fato, é um e-commerce?
Segundo a editora ComSchool, mesmo que não haja registros oficiais, podemos considerar a Booknet como uma das primeiras lojas virtuais no Brasil, estando no ar desde maio de 1995. Fundada por Jack London, era uma loja online de livros que foi muito bem-sucedida. Em 1999, foi comprada e renomeada para Submarino.
O domínio submarino.com.br já estava sendo usado por uma empresa do Amazonas. Os fundadores do Submarino então, foram até o Amazonas para negociar a compra do domínio sem no entanto revelar que havia um grande investidor por trás do negócio e sem dizer que o site seria um dos maiores e-commerces da América Latina. Saíram de lá com o domínio comprado por um preço muito menor.
Em 1996, a Brasoftware, loja virtual de software, que antes existia na BBS (“Bulletin Board System”, software que permitia a conexão e troca de dados entre computadores, algo parecido com a internet atual), foi transferida para a Internet comercial que havia se estabelecido em 1995. Neste mesmo ano, o Ponto Frio começou a operar com o mesmo posicionamento de suas lojas físicas.
Impulsionando essa modalidade, em 1998 surgiu o acesso com cobrança via pulso telefônico, diminuindo o custo para navegar na web. O ano de 1999 foi de grande importância para a história do e-commerce no Brasil, pois foi quando surgiram as lojas Americanas.com e Mercado Livre, atualmente os dois maiores e-commerces da América Latina. Nos anos 2000, começou a onda do acesso gratuito, eliminando a necessidade de pagar um provedor para isso.
Hoje, o e-commerce conta uma lei especifica, sendo de extrema importância para todos os lojistas e equipes. Nele estão definidas todas as regras para operação das lojas virtuais.
Como montar um e-commerce? Veja alguns pontos essenciais para o sucesso dos negócios, listados pelo site E-commerce Brasil.
- Plataforma: a plataforma é uma das primeiras e mais importantes decisões a serem tomadas por uma pessoa que deseja montar sua loja virtual.
Existem três tipos de plataformas no mercado: gratuitas, de código fonte aberto e pagas. As gratuitas são muito limitadas e não permitem que você customize sua página. As de código fonte aberto são gratuitas, mas demandam que você tenha conhecimentos específicos da plataforma ou contrate especialistas; além do distribuidor não oferecer suporte. As pagas costumam ter suporte de qualidade e te oferecem a possibilidade de customizar seus produtos e processos de venda.
- Pagamentos: existem três maneiras de você receber pagamentos online, sendo as modalidades:
Intermediadores de pagamentos – os intermediadores são a solução mais recomendada para quem está começando uma loja virtual. Os intermediadores são mais simples de utilizar que as outras opções (tanto do ponto de vista técnico quanto de negócios) e ajudam o lojista em duas frentes: assumem o risco de fraude e fazem adiantamento de recebíveis. Os intermediadores costumam cobrar uma taxa fixa por transação mais um variável sobre o valor das vendas.
Gateways de pagamento – os gateways oferecem soluções mais robustas de pagamentos e garantem conexões mais estáveis com as redes de adquirência (como Cielo e Redecard). Diferentemente dos intermediadores, cobram apenas uma taxa fixa por transação – o que torna a solução mais barata. Entretanto, o lojista precisará contratar outros serviços, como anti-fraude; e lidará diretamente com a adquirente na negociação por adiantamento de recebíveis e taxas.
Integração direta com a adquirente – essa é a opção para lojistas mais experientes com equipes dedicadas de desenvolvimento e que entendam de segurança. Assim como com o gateway de pagamento, você tem contato direto com o adquirente e pode negociar taxas livremente. Além disso, você tem controle de toda a experiência do usuário – o que pode ser bom ou ruim.
- Marketing é essencial. Conheças as principais estratégias:
Conteúdo – criar bom conteúdo é uma das melhores maneiras de atrair visitantes com potencial de comprar para sua loja virtual. É um método barato e que traz bastante resultado no longo prazo. Segundo pesquisa do eBricks, a criação de conteúdo é muito relevante para criar uma boa relação com seus consumidores.
Redes sociais – as redes socias são um ótimo (e barato canal) para começar a construir a marca da sua loja virtual. Crie uma conta no Facebook e Twitter e comece a publicar conteúdo relevante para seus clientes. Pode postar seu conteúdo próprio ou de outros sites.
Google Adwords – adwords é uma ferramenta de anúncios do Google. Funciona muito bem para empresas que tem verba de marketing e podem investir nesse canal, pois geram um volume de visitantes grande e no curto prazo – essencial para gerar as primeiras vendas.
Aumento de conversão – depois de trazer tráfego para seu site, é hora de se preocupar em tornar esses visitantes em clientes. Ou seja, o objetivo é aumentar a conversão de visitantes para clientes; essa proporção é chamada de taxa de conversão. Existem diversas ferramentas que te ajudam a aumentar sua taxa de conversão.
Email Marketing – o email marketing é o melhor canal de vendas de toda loja virtual. Por isso, você deve se preocupar em manter uma lista atualizada de todos seus clientes para poder vender novamente para eles! Existem ferramentas que podem te auxiliar na gestão da lista de emails.
- Logística e frete não podem faltar
Correios – os Correios são o meio mais simples de começar a realizar suas entregas. Há, entretanto, um limite de 30kg por envio e de dimensões; e o risco de ser prejudicado por greves e outras paralisações.
Transportadoras – são mais estáveis que os Correios, pois o risco de greves é muito menor; além disso, não há problemas com limitação de peso e tamanho. Entretanto, essa opção não vale a pena para quem possui uma operação pequena.
- Soluções antifraudes são indispensáveis nesse tipo de negócio
Diariamente, milhares de pessoas efetuam compras, negócios e altas transações online. Um e-commerce exige tanto cuidado com a segurança das operações quanto uma loja física, mas, sem o contato direto com o cliente, muitas vezes é difícil filtrar compradores mal-intencionados.
Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelaram que 12 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes na internet entre 2018 e 2019. Os prejuízos ultrapassaram a casa de R$ 1,8 bilhão. É necessário se precaver!
No entanto, números da empresa Konduto mostram que as tentativas de fraude ao comércio eletrônico brasileiro caíram cerca de 10% durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo a empresa, a taxa de tentativas de fraude ficou em 3,58% entre 1º e 15 de março. Além disso, oscilou para 3,21% entre os dias 16 e 30 do mês passado, quando a crise se agravou e medidas de isolamento social foram tomadas por todo o país.
Vale ressaltar que esses números não representam fraudes efetivas, já que a maioria das tentativas é barrada por sistemas antifraude, meios de pagamento, bancos emissores ou pela própria loja virtual.
Mesmo diante da queda no número de tentativas de golpes registrada no período de quarentena, conforme explicado acima, tornar os ambientes digitais mais seguros é essencial, não apenas para os clientes, mas para a própria empresa.
Com a expansão da internet e principalmente do mercado digital, a solução antifraude passou a ser primordial. Essa é uma tecnologia com o objetivo de prevenir a empresa de ataques cibernéticos, detectando uma ameaça, seja por uma pessoa real ou bots, e barrá-la antes que ela invada o sistema da empresa.
Separamos outras 10 dicas para proteger a sua loja online
Além dos sistemas antifraudes, confira 10 dicas que podem ser aplicadas para a proteção da sua loja virtual:
1 – Fique atento ao sistema que utiliza para montar seu negócio na web. Assim como você escolheria cuidadosamente o local físico para abrigar o seu negócio na rua ou shopping, também precisa ter muita atenção na hora de selecionar a plataforma de e-commerce que abrigará sua loja virtual.
2 – Depois de escolher bem a plataforma de e-commerce, outro passo fundamental para reforçar a segurança das suas operações na web e proteger a loja online contra fraudes é contar com um sistema de pagamento seguro.
3 – Fraudadores têm pressa em receber o produto. Geralmente, eles preferem utilizar o tipo de entrega mais rápida que seu site oferece. Isso não quer dizer que todo pedido expresso seja uma fraude, mas esse pode ser mais um indício de golpe. Fique de olho nos mais apressados.
4 – Em grande parte dos casos, a fraude é realizada através de softwares maliciosos que fazem uso de vários cartões de crédito de forma sucessiva até terminar a compra com sucesso. Uma boa forma de evitar as transações fraudulentas é restringir a quantidade de tentativas que o usuário erra as informações bancárias. Caso o consumidor ultrapasse esse limite, bloqueie temporariamente o cadastro e o coloque em uma lista de suspeitos.
5 – Preste atenção às pequenas coincidências. Se de um dia para o outro, sua loja passou a receber vários pedidos de uma mesma cidade e você não fez nenhuma divulgação específica naquela região, isso talvez não seja um bom sinal, pois o fraudador pode estar tentando cadastrar um endereço frio.
6 – É fundamental que seu e-commerce tenha os certificados de segurança e criptografia para evitar possíveis fraudes. Ofereça segurança por meio do certificado digital para garantir o sigilo dos dados dos consumidores, além da proteção das informações confidenciais. Ao criptografar o login, senha, CPF, e-mail, entre outros dados pessoais, os hackers não vão conseguir roubar estas informações para a realização de fraudes.
7 – Quando algum comportamento suspeito nas operações for registrado, observe se outras compras parecidas foram efetuadas no mesmo período porque outra tentativa do fraudador em questão pode ter passado despercebida pelo sistema. Fique atendo se alguém tentar comprar um pedido muito alto e com um endereço pouco comum.
8 – Se o comprador faz vários pedidos, para endereços diferentes, isso também pode sinalizar uma atitude suspeita. Ao observar repetição de pedidos, analise os endereços e telefones de contato para ver se realmente existem ou se estão se repetindo de alguma forma, com a troca apenas de alguns números entre um telefone e outro. São cuidados simples, mas que podem fazer toda a diferença!
9 – Faça uma análise de sua loja e observe quais são os produtos mais desejados e que têm maior probabilidade de serem revendidos. Seja mais criterioso na venda desses produtos e observe bem os dados fornecidos por seus compradores.
10 – Analise as compras mais caras. É necessário estar atento aos pedidos que fogem do padrão de compra do seu site. Nesse sentido, para evitar grandes perdas, seja cuidadoso em relação a grandes volumes e altos valores. Por exemplo: se o ticket médio do seu e-commerce é de R$ 300, desconfie de uma compra de R$2 mil, seja ela feita por clientes antigos ou novos.
Gostou das dicas? Coloque-as em prática hoje mesmo e bons negócios!
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