O Brasil precisa de um chute no traseiro!
Paulo Grandi
A disposição que o brasileiro tem para criticar é a mesma para rejeitar críticas.
Em março de 2012 o secretário geral da FIFA Jerome Valcke declarou que o Brasil precisava de um chute no traseiro para começar a trabalhar, em referência aos atrasos das obras da Copa que ele já previa que iriam acontecer.
O governo, se sentindo ofendido prontamente e com muita disposição reagiu com ira ao ponto de o Ministro Aldo Rebelo exigir pedido de desculpas a FIFA e de pedir a troca de Jerome Valcke como interlocutor da FIFA no Brasil. A partir daí, Jerone Valcke passou a ser alvo de todo tipo de críticas, inclusive de, em nome da FIFA, “ameaçar a soberania nacional”.
O Ministro Aldo Rebelo, na época, garantiu que os estádios estavam com obras adiantadas e que das 52 obras vinculadas a Copa (originalmente eram 77), pelo menos 40 estariam prontas até o final de 2013.
A uma semana da realização da Copa e o que vemos? Obras inacabadas em todos os setores de infraestrutura, mobilidade urbana e aeroportos com intervenções, distribuição de energia com atrasos e, até mesmo nos estádios o que se vê é muita correria e improvisos de última hora.
Pelo visto, a frase de Jerome Valcke vai ecoar muito ainda. Eu particularmente acredito que realmente o Brasil precisa de um chute no traseiro para começar a resolver os seus problemas, mas, após a Copa, quem substituirá Jerome Valcke?
Paulo Augusto Grandi é especialista em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de Caxias do Sul. Atualmente está cursando Mestrado em Gestão de Negócios Internacionais pela Ohio University. È diretor da Semeq Inc, professor do FGV Management e Diretor da GForte Incorporações.
Fonte: http://www.panoramadenegocios.com.br/2014/06/coluna-do-professor-paulo-grandi.html