Liderança: um papel ausente nas organizações brasileiras
Gestão de pessoas ou gestão com pessoas? Chefiar ou liderar? Pode não parecer, mas esses conceitos são antagônicos e podem levar a erros se forem mal interpretados.
A gestão de pessoas pressupõe a existência de uma chefia capaz de controlar as ações dos seus subordinados, ou seja, é responsável por supervisionar e cobrar. Há uma centralização, portanto. No outro polo, quando pensamos na gestão com pessoas, imaginamos rapidamente a ideia de colaboração e motivação, e por isso o papel do líder é mais eficaz.
Líder e chefe são dois conceitos distintos. Líderes são capazes de inspirar as pessoas e possuem uma relação horizontal com elas, ou seja, são capazes de interagir, escutar, propor e aceitar propostas. Esses líderes, portanto, são formados por um processo que envolve uma relação mais informal e uma aceitação do grupo. Chefes, por outro lado, são definidos pelo próprio organograma da empresa, uma relação vertical e, por isso, possuem uma autoridade funcional, e não uma autoridade conquistada no grupo.
Líderes são mais eficazes nas empresas inovadoras, principalmente quando consideramos o novo perfil dos profissionais, que requer mais autonomia e mais desafios.
Acontece que nem sempre é possível encontrar esses líderes, e muitas empresas ainda enfrentam uma resistência muito grande em substituir o conceito de chefia pelo conceito de liderança. O resultado é simples: inseridas em um ambiente cada vez mais flexível e dinâmico, essas empresas podem enfrentar uma “morte” natural e prematura da inovação, devido a dificuldade de adaptação.
Vale reler a entrevista do Radar, “O desafio de se inovar a gestão”, com o Consultor Artur Tacla sobre modelos de gestão e liderança.
Fonte: Inventta