Gestão do conhecimento – novos paradigmas
Rosa Perrella
As empresas há algumas décadas, apostavam nas economias de escala, na eficiência das vendas e do marketing, na qualidade e no foco no cliente, para aumentar sua competitividade.
Já há alguns anos, que o conhecimento emergiu como um elemento fundamental de diferenciação das empresas, portanto, com o advento da tecnologia e o acesso a níveis de informação, a qualidade deixou de ser um fator de diferenciação.
Para a sobrevivência das organizações, o conhecimento se tornou uma condição imprescindível, um recurso-chave para continuarem competitivas, frente aos concorrentes.
A gestão do conhecimento é uma filosofia gerencial, que procura organizar o conhecimento, que reside na mente dos indivíduos, transformando em vantagem estratégica.
O conhecimento considerado um bem intangível, chamado de conhecimento tácito, pode ser considerado como a chave para resolver os problemas das empresas.
Está é uma mudança dramática na forma de pensar da maioria dos modelos econômicos.
Davenport e Prusak, distingem muito bem os termos, dados – informação – conhecimento:
– dados: formam um conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos, que por si só tem pouca relevância ou propósitos.
– informação: é um dado com significado, relevância e propósito. Tem forma própria e está organizada para alguma finalidade. Dados se transformam em informação quando lhes acrescentamos significado e agregamos valor, por meio de contextualização e categorização.
– conhecimento: tem sentido mais amplo, relaciona-se com a experiência das pessoas e com as informações adquiridas ao longo do tempo. A informação só agrega valor, segundo estes autores, se gerar conhecimento, e isso acontece quando algo novo é criado.
O conhecimento está relacionado ao know-how adquirido pelos indivíduos ao longo do tempo, o conhecimento humano é criado e expandido por meio da interação social entre o conhecimento tácito e explícito, que chamamos de conversação do conhecimento.
Em resumo, conhecimento tácito=subjetivo – difícil de ser capturado, e o conhecimento explícito= registrado em documentos – facilmente comunicável.
As empresas que entendem o valor estratégico fundamental da criação e da gestão do conhecimento se caracterizam por;
– liderança e cultura voltadas para a experimentação, para a inovação e busca de desafios;
– trabalho em equipes multidisciplinares;
– criação de diferentes oportunidades para o estabelecimento de contatos pessoais como forma de desenvolver, difundir e assimilar o conhecimento tácito dos colaboradores;
– acesso generalizado à informação e ao conhecimento organizacional;
– estímulo a diversidade, e ao desenvolvimento pessoal e profissional.
Para que o conhecimento seja criado, é necessário que as organizações sejam capazes de aprender, segundo Peter Senge, que desenvolvem um ambiente adequado à criação e à gestão do conhecimento.
Características das organizações de aprendizagem:
– reconhecimento explícito do valor econômico do conhecimento;
– capacidade de questionar valores e cultura, bem como mudar comportamentos;
– habilidade em compartilhar insights, experiências e informações individuais;
– utilização da capacidade criativa de seus colaboradores.
Rosa Perrella é consultora em gestão de pessoas, coaching e mentoring organizacional, palestrante e professora nos cursos de Pós Graduação na IBE FGV Campinas. Especialista em gestão de lideranças e desenvolvimento de equipes. Mestranda em Educação, formada em Administração, com MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores pela IBE Conveniada FGV Campinas, além de Pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios, Psicologia Transpessoal, Marketing Empresarial, Gestão de Pessoas e Negociação Avançada.
Fonte: Panorama de Negócios