Famílias endividadas?

Famílias mais endividadas
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Um quesito especial da Sondagem do Consumidor da FGV/IBRE, com dados de outubro, aponta aumento expressivo das famílias que estão com pagamentos atrasados mais de 30 dias. Entre outubro de 2013 e o mesmo período de 2014, o percentual passou de 7,2% para 10,3%. Segundo Viviane Seda, responsável pelo estudo, o cenário é reflexo de uma inflação pressionada, combinada com maior preocupação com o emprego e renda crescendo menos. “O aumento da proporção de consumidores com dívidas em atraso contribui para uma maior insatisfação com a situação financeira das famílias no momento. Além da preocupação com o mercado de trabalho e inflação, esse fator influenciou a piora do nível de confiança dos consumidores”, ressalta.

A pesquisa também mostra que o nível de endividamento é relativamente maior para os consumidores com menor poder aquisitivo — 20,4%, para famílias com ganhos de até R$ 2.100; em 2013, essa taxa era de 14,4% —, e decrescente conforme o aumento da renda. Para aquelas que ganham mais de R$ 9.600 (a maior faixa), apenas 3,7% declararam estar inadimplentes. “Os resultados estão extremamente relacionados a fatores da situação da economia. O aumento dos preços afeta principalmente a classe mais baixa”, explicou Viviane em entrevista à Agência Estado. “A redução nas contratações também pode estar influenciando para que os consumidores se sintam mais endividados, principalmente na baixa renda. Além disso, houve aumento de juros”, acrescentou.

Com o cruzamento do quesito especial sobre inadimplência com a pergunta da Sondagem sobre a situação financeira atual da família, foi possível concluir que o grau de satisfação com o pagamento das contas é significativamente inferior para os consumidores devedores. Dos 10,3% que afirmaram possuir contas atrasadas há mais de um mês, 40,7% declarou estar numa situação financeira ruim e 9,6%, boa.

Parcelados

O estudo também captou aumento de 8,8 pontos percentuais na proporção de pessoas com alguma dívida parcelada. Na comparação com outubro do ano passado, saiu de 55,7% para 64,5% do total. “Cerca de 80% do aumento está relacionado a famílias cujas compras a prazo comprometem menos de 50% da renda familiar mensal; 13% a famílias com comprometimento superior a 50% da renda; e 7% representam crescimento da parcela de consumidores que não souberam responder”, diz a pesquisa.

A Sondagem de Expectativas do Consumidor é realizada com base numa amostra com 2.100 domicílios em sete das principais capitais brasileiras. A coleta de informações foi realizada entre os dias 01 e 21 de outubro.

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