Equipes movidas pela paixão e seus medos – Desafios
EQUIPES MOVIDAS PELA PAIXÃO E SEUS MEDOS
A motivação está diretamente ligada à psicologia, ou seja, ao modo como oferecemos desafios, principalmente para profissionais de alto nível e executivos. A motivação das pessoas é intrínseca, está dentro de cada uma. Assim, a motivação é a razão para o profissional continuar. A motivação acontece quando temos um motivo para ação.
Muitas vezes usamos a expressão “aquele colaborador está desmotivado”. Será que ele está desmotivado ou há falta de projetos, de desafios grandiosos que mexem nitidamente com as pessoas que precisam desse estímulo?
Os desafios acabam gerando medo: quanto maior o desafio, maior o medo. Muitas vezes eu vejo jornalistas e grandes apresentadores perguntando a grandes empresários: “você tem medo de algo?” ou “qual seu maior medo?”. Mesmo os empresários de sucesso e destaque no mercado têm seus medos, mesmo porque os desafios deles são normalmente grandes e audaciosos.
Muitas vezes, por medo, os profissionais acabam fugindo dos desafios; porém, para outros, o desafio é o estímulo para gerar a motivação. Para que um colaborador tenha motivos de sobra para ir adiante com os seus desafios e projetos, precisamos detectar as causas dos medos e retirá-los da frente desse colaborador, deixando o caminho livre para o sucesso, agregando assim valor para a empresa.
O grande desafio dos gestores, atualmente, é conseguir estimular a equipe para assim conseguir a motivação. A maior dificuldade é que cada membro da equipe tem um pensamento diferente, teve uma formação diferente, uma educação familiar diferente e tem objetivos diferentes.
Se tem algo que devemos eliminar das nossas equipes, para elas decolarem, são seus medos, entre eles o medo da crítica, ou ser mal interpretado, o medo da rejeição, questão psicológica muito complicada nos dias atuais, o medo do fracasso, que todos nós corremos. Só erra quem faz, só fracassa quem faz. Devemos planejar ao extremo, mas o risco do fracasso existe; porém, quanto mais se planeja, menos risco de fracasso se correrá.
O medo da crítica é notável nos profissionais qualificados, uns mais e outros menos, porém todos têm. Esse medo acaba promovendo em alguns profissionais um escudo natural nos fatos, pessoas que estão se defendendo o tempo todo. Independentemente da crítica, os profissionais devem recebê-la como construtiva, assim o impacto das questões de autoproteção acaba diminuindo naturalmente.
Se o erro aconteceu, devemos encontrar a causa para que o erro não se repita. Nada adianta ficar dando um foco extra na questão, o erro aconteceu e o tempo passou, não conseguimos voltar o tempo e impedir o erro. Todo acontecimento, erro, dano, gera aprendizado e conhecimento, temos de ver o lado positivo do acontecido.
A conversa do gestor com quem cometeu o erro deve ser em um nível maduro e de parceria, de construção, e não algo pesado, algo marcante negativamente. Os gestores sempre necessitam demonstrar que confiam em seus liderados, só assim a parceria será sólida cada vez mais.
O medo do fracasso precisa estar claro com os membros da equipe, os riscos existem o tempo todo. Caso aconteça um fracasso, o profissional precisa ter força e perseverança para continuar. Se o profissional perder a confiança na empresa e em si mesmo, ele estará automaticamente “jogando a toalha”.
O medo da rejeição acaba trazendo uma sensação em âmbito pessoal e não do fato propriamente dito. A maioria dos profissionais se preocupa excessivamente como os seus gestores diretos e indiretos os enxergam na estrutura organizacional. Mas quanto isso é produtivo? Pessoas com perfil diferente já não se preocupam com o que esses gestores pensam, mas em fazer seu trabalho com a maior qualidade possível, dentro das suas habilidades e competências.
Eliminando o medo traremos confiança para os profissionais, estímulos para que eles se motivem e, automaticamente, resultados satisfatórios para as empresas.
Sergio Henrique Miorin é Graduado em Engenharia Elétrica modalidade em Eletrônica pela USF – Universidade São Francisco, Pós-Graduado Especialista em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações pelo INATEL – Instituto Nacional de Telecomunicações, Pós-Graduado Especialista MBA em Gestão Empresarial pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e mestrando em Educação pela Unisal. É Diretor Geral da SM – Consultoria, Treinamentos e Palestras, colunista no Jornal de Valinhos, consultor de empresas e leciona em instituições de ensino, em cursos técnicos, graduação, pós-graduação especialização e pós-graduação especialização MBA como: IBE/FGV,