EMPRESAS QUE SE RENOVAM PARA SEUS FUNCIONÁRIOS

EMPRESAS QUE SE RENOVAM PARA SEUS FUNCIONÁRIOS
Eline Rasera
Quando se fala em renovação, logo vem a  ideia de produtos, competitividade, consumidores e outras situações que visam mudanças e mais mudanças para atender um mercado cada vez mais exigente. Empresas são rápidas em buscar novas tecnologias, conhecimentos e utilizar da máxima capacidade criativa para processar essas transformações.
Perfeito e necessário do ponto de vista financeiro e, principalmente de sobrevivência da própria organização.
Mas o que dizer da necessidade de renovar o ambiente de trabalho, as condições e  políticas internas e, finalmente, a de transformar a cultura da empresa para atender  mudanças que se processam naturalmente nos seres humanos, no transformar da sociedade e na rede social do mundo?
Quando o foco é financeiro, mais objetivo, fica fácil identificar necessidades e estabelecer prioridades e mudanças. Novos produtos a partir da demanda do mercado consumidor ou da concorrência, estabelece imediatamente ação para renovação. Investe-se em pesquisas, novas contratações e desenvolvimento interno de funcionários (técnicos), compra de máquinas e matéria prima diferenciada. Investimento alto muitas vezes, porém, necessário e bem visto por todos: acionistas, fornecedores, funcionários e mercado consumidor.
No entanto, quando se trata de investir na dinâmica (interna) da organização para melhoria dos funcionários, parece haver certa resistência por parte de uma grande maioria das empresas, principalmente as nacionais, que  apresentam certos valores e crenças que tendem a dificultar ainda mais.
Essa mudança interna diz respeito ao local de trabalho, treinamento e desenvolvimento, liderança mais engajada com a equipe, ambiente mais dinâmico e criativo e, principalmente clima amigável na empresa. Tudo isso foi dito por jovens da geração Y, numa pesquisa realizada pelaUniversum, que entrevistou mais de 200 mil estudantes das áreas de negócios, engenharia e tecnologia da informação – pesquisa global (Exame.com – 27.09.2014).
Esses jovens desejam sim um bom salário – “possibilidade de altos ganhos no futuro”, fazer carreira e sucesso na vida pessoal e profissional. Isso não mudou no decorrer dos anos. A maioria ainda quer trilhar esse mesmo caminho. Maslow, com sua teoria da Pirâmide das Necessidades, explica o porquê, ou seja, na base da pirâmide, a necessidade é fisiológica (comer, beber e outras); na segunda escala, as de segurança (estabilidade, moradia, etc.) e assim por diante. No pico da pirâmide, a necessidade de Alto realização.
Então, se essas necessidades são decorrentes do fato de sermos humanos (e portanto, necessidades perenes), a pergunta que fazemos é: por que as empresas brasileiras resistem em se renovarem e  atender as novas gerações?
As organizações (no mundo) mais atentas a isso já promovem, entre outras,  ambientes que, além de propiciarem um clima mais amigável com salas de encontros para bate papos com cafés, liberdade para descansar (e algumas até tirar uma soneca), hierarquia menos rígida com acesso ao alto escalão e até férias de 1 semana ou mais, após alguns meses de trabalho (diferente de aguardar 1 ou 2 anos para tirar 1 mês, sendo obrigatório). Tudo negociado com líderes que apoiam e favorecem o crescimento de seus funcionários.
De maneira mais discreta,  empresas brasileiras também já estão providenciando mudanças no aspecto físico e na política interna, mesmo com a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) necessitando urgente de uma revisão para atender  esse ”novo  mercado” – leis às vezes rígidas, às vezes paternalistas.
Somos seres em evolução física e psicológica. Estamos o tempo todo renovando e mudando nossa biologia e nossos padrões mentais. Processo natural da vida. É o caminhar da humanidade.
E a geração Y, X e, em breve a Z, estarão nos apresentando essas necessidades com muito mais força e poder de renovação. E para as empresas, esse também será um fator  de sobrevivência.
Eline Rasera, psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE Conveniada FGV.
Fonte: Panorama de Negócios

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