Em 2015, clima de turbulência continua entre os emergentes

Em 2015, clima de turbulência continua entre os emergentes

“Com a continuidade do cenário internacional desfavorável, os emergentes não tiveram fôlego para manter o desempenho econômico e desaceleraram. A maioria registrou piora das contas públicas”, ressalta o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Ibre, Aloisio Campelo.

O efeito da desaceleração econômica deve acometer a maioria dos países latino-americanos em 2015. As causas são diferenciadas e cobrem um espectro de intensidade maior ou menor, dependendo de cada país. Entre as mais comuns, de acordo com analistas do The Conference Board (TCB) e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), estão: queda de preços das commodities (principalmente, petróleo e minério), desaceleração da economia chinesa, pressão inflacionária decorrente de desvalorização cambial e tensões políticas. A possível retomada da taxa de juros dos EUA, sinalizada pelo Banco Central americano — Federal Reserve (Fed) —, também é mais um problema, pois pode significar a rápida fuga de capitais dos mercados emergentes.

Outro ponto negativo destacado entre os emergentes é a deterioração das condições fiscais que, pelo menos no caso do Brasil, saíram do controle devido ao esforço do governo em estimular o consumo para alavancar a economia. “Continuam as turbulências na América Latina por conta do câmbio e da necessidade de aperto de suas políticas monetárias para evitar o contágio da inflação. O Brasil esse ano está pior que a maioria, só não está tão ruim quanto à Venezuela”, ressalta Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do FGV/Ibre. Inclusive, é o Brasil que encabeça a lista de países latino-americanos com mais baixo Índice de Clima Econômico, no âmbito da Sondagem da América Latina feita pelo Ibre e pelo Instituto Alemão Ifo.  Em janeiro de 2015, se considerada uma série normalizada, o país ficou 1,9 abaixo de sua média histórica — o pior resultado na comparação com Chile (-1,1), Argentina (-0,8), Peru (0.0), Venezuela (-1.2), Colômbia (-1.0) e México (-0,5). Em 2010, esse número era de 1,6 para o Brasil.

“Houve uma sequência de comportamentos parecidos entre os emergentes nos últimos anos: inflação extremamente elevada na década de 1990, seguida de ajustes macroeconômicos. Entre 2005 e 2010, a maioria dos países cresceu, inclusive o Brasil, fazendo avanços sociais. Quando a crise chegou (2008/2009), havia espaço fiscal para fazer estímulos, ou seja, para se tentar evitar um baque muito grande e manter a  economia crescendo via consumo”, explica Campelo. E emenda: “mas com a continuidade do cenário internacional desfavorável, os emergentes não tiveram fôlego para manter o desempenho econômico e desaceleraram. A maioria registrou piora das contas públicas. O ciclo favorável de preços de commodities passou e a China está crescendo menos”.

Os comentários foram feitos em Webcast produzido recentemente pelo TCB sobre o cenário econômico dos países emergentes. Essa é a terceira vez que Campelo participa desse debate. Para os analistas do TCB, fortes ventos contrários em 2015 irão tornar incertos os rumos dos emergentes. Entre as causas, estão a volatilidade do preço do petróleo, as tensões geopolíticas, o excesso de produção industrial (formação de estoques) e o baixo investimento.

Fonte: FGV Noticias

 

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