NOSSOS TALENTOS
Eline Rasera
Nesta semana, duas grandes notícias de valor imensurável ao nosso país, foi destaque nos jornais. Uma delas, refere-se ao primeiro brasileiro ganhador do “Nobel de Matemática”, Artur Ávila e, a segunda noticia, sobre o novo presidente da empresa Wartsila , multinacional finlandesa no Brasil, Robson Campos – ex-office boy, afrodescendente, estudante de escola pública e bolsista em outros níveis.
A empresa é líder mundial no mercado de motores de geração de energia e propulsão marítima e, em breve, terá sua primeira fábrica em São João da Barra (RJ).
E o que ambos tem em comum além de serem brasileiros? Trabalho, dedicação, determinação e vontade de vencer. Suas histórias são dignas de aplausos.
E quantos talentos mais existem em nosso país? Quantos “Artur e Robson” estão ao nosso redor? É possível identificar e investir em futuros prêmios “Nobel” ou em competência e liderança para dirigir empresas (independente de raças ou outras “pseudos” diferenças?). Muitos desses jovens podem estar sentados ao lado de nossos filhos numa sala de aula, ou em qualquer outra escola, de qualquer estado e cidade brasileira.
É urgente a necessidade de uma mudança no padrão de ensino, na maneira de incentivar e motivar as crianças e os jovens nas escolas.
Seres humanos são motivados por recompensa. Incentivo e apoio. Para que um determinado investimento de força e dedicação se mantenha, é necessário um retorno sobre o trabalho (conhecimento e energia) empregado na atividade. A recompensa, não necessariamente financeira, (embora seja esta muito importante, uma vez que nossa sociedade assim escolheu como forma de vida), mas também a satisfação de ser útil, de conquistar objetivos e, principalmente de se perceber capaz de realizar e até de alterar o cenário para o bem comum.
“Grandiosa diferença na existência”.
E também foi destaque na história de Robson – segundo seu relato: “posso até ter uma inteligência um pouco acima da média, mas não acho isso o verdadeiro diferencial. Acho que minha maior virtude é a inteligência emocional, de olhar a dificuldade e não achar que é intransponível. Ser assertivo e não esmorecer é o tipo de coisa que eu considero a minha força”. Folha de São Paulo – 13/08/2014.
Inteligência emocional, assertividade e resiliência, componentes indispensáveis para se vencer adversidades e ter um plano de carreira, conquistar novos desafios para realizar-se como um ser social, familiar e profissional.
Nesse momento, de indignação com diversos acontecimentos no país, de manifestos de insatisfação com a forma como a educação (e outros setores) estão sendo tratados atualmente, os dois profissionais nos mostram que ainda podemos crescer e vencer, como país, como sociedade e como talentos pessoais.
Obrigada a vocês, Artur Ávila e Robson Campos. Orgulho e fé nessa “gente brasileira”.
Eline Rasera, psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE Conveniada FGV.
Fonte: Panorama de Negócios