
As vendas do comércio neste Dia das Crianças tiveram o pior resultado dos últimos cinco anos. De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as vendas recuaram 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
A incerteza e as premissas econômicas desfavoráveis são as principais razões para a queda do varejo e também da indústria. “Os consumidores têm dúvidas em relação às compras a prazo e estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento, por isso neste ano houve uma tendência para os presentes mais baratos e geralmente pagos a vista”, avalia o economista e professor da IBE Conveniada FGV, Paulo Ferreira.
O momento atual da economia, de retração dos investimentos, de redução do emprego e expectativa das eleições, além de menor ritmo de concessão de crédito por conta dos juros altos, inflação crescendo e inadimplência aumentando, tem desestimulado o consumo a prazo. “Os preços estão subindo, não há forte demanda e os juros estão altos. Esta combinação de fatores aponta que a situação é preocupante. Há outros fatores também como o risco de desemprego, pois a indústria iniciou uma série de demissões”, justifica o especialista em economia da IBE Conveniada FGV, Múcio Zacharias.
E para quem espera que o fim de ano possa compensar de alguma forma esses dados negativos, a notícia não é boa: está prevista uma queda nas vendas e também nas contratações temporárias. “Sem dúvida alguma, o Natal deverá seguir o mesmo ritmo do dia dos pais e dia das crianças, ou seja, não terá o mesmo desempenho que anos anteriores”, diz Múcio.
Se nos anos anteriores havia um ciclo de crescimento no varejo, agora a economia passa por ajustes. “Apesar do ano mais difícil, a expectativa é que as vendas apresentem ligeira melhora no último trimestre, devido à proximidade das festas de fim de ano, pagamento de dissídios e décimo terceiro”, explica Paulo.
Confira algumas dicas que os especialistas dão para este fim de ano:
- Comprar sempre na condição à vista aproveitando os descontos
- Comprar fora do período de Dezembro, onde os preços não caem por motivo da alta procura
- Faça cotações. Há muita variação de preço, podendo chegar a mais de 300% de um mesmo item pesquisado. Para isso, utilize os comparadores de preço via internet.
- Compras pela internet costumam não carregar o custo fixo da loja, com isso tendem a ter menor preço de venda, mas CUIDADO com lojas virtuais anônimas, para que o molho não saia mais caro que o peixe, ou no caso, o peru!