‘Depois eu faço’: saiba mais sobre a procrastinação

‘Depois eu faço’: saiba mais sobre a procrastinação

Você procrastina, seu colega de trabalho também e até seu chefe, mas até que ponto esse comportamento é aceitável?

 

Quantas vezes você se pegou adiando alguma tarefa seja ela em casa, na escola ou no trabalho? Ou quantas vezes você começou algum trabalho e se distraiu com as mensagens no celular ou até mesmo com outra tarefa? O nome disso é procrastinar. “Devemos entender que procrastinar não significa necessariamente estar com preguiça para realizar alguma atividade. Procrastinar significa adiar, deixar para depois”, esclarece a especialista em desenvolvimento de pessoas da IBE Conveniada FGV, Rita Ritz. E este comportamento pode ter várias causas.

Embora este seja um comportamento intrínseco do ser humano, a diferença é que algumas pessoas procrastinam frequentemente ou sempre enquanto outras pessoas agem desta forma eventualmente, mas seja como for, a probabilidade deste comportamento ser verificado, em algum momento, é muito alta.

Este comportamento de adiar a realização de uma atividade extrapola os muros organizacionais. “Pessoas que têm este hábito agem de acordo com ele em tudo o que se propõem a fazer, tanto na vida profissional como na vida pessoal. Agem desta forma em casa, no trabalho, na igreja, no clube etc. Deixar para depois significa realizar sob pressão e estresse, principalmente quando esta decisão se dá no âmbito do trabalho”, diz Rita. Algumas pessoas alegam que “produzem melhor sob pressão” e acabam usando isto como justificativa para deixar para a última hora a realização da atividade. “Normalmente o resultado desta opção é que a qualidade do trabalho acaba sendo comprometida e o funcionário fica se sentido culpado e com autoestima baixa, fica reclamando de falta de tempo e os colegas identificam isto como uma atitude que prejudica o trabalho em equipe e, no limite, prejudica o trabalho deles”, exemplifica a especialista em desenvolvimento de pessoas da IBE Conveniada FGV.

No livro “A arte da procrastinação”, o autor John Perry afirma que “os procrastinadores raramente fazem absolutamente nada”. Então, a chave para a produtividade é se comprometer com mais coisas, mas ser metódico. Segundo Rita, a partir do momento que se cria mecanismos para lidar com a rotina e suas demandas, a pessoa passa a ser mais crítica em relação ao comportamento e passa a buscar melhores resultados. “Não deixe as coisas na base da intenção (subjetivo), mas sim da entrega (objetivo). Defina prazos, se a tarefa for muito longa, divida a entrega em partes menores e acompanhe de perto estes prazos”, aconselha a especialista. Reconheça o avanço que está percebendo e premie-se. Faça algo “por indulgência” como recompensa por ter conseguido não postergar.

No ambiente de trabalho, procrastinar pode levar o funcionário a, constantemente, arrumar justificativas para a não realização do trabalho e o funcionário fica sendo rotulado como aquele que arruma “desculpas” e não aquele que entrega o que fora acordado. O procrastinador se sente sempre “devendo”, pois fica com a sensação que não produziu o que deveria ter produzido durante o dia de trabalho e que, portanto, vai começar no dia seguinte tendo que dar conta da demanda do dia anterior. Está sempre estressado e com uma produtividade sempre aquém do que poderia produzir. “Uma justificativa para este comportamento tão ameaçador pode ser o tal do ‘perfeccionismo’, ou seja, uma exigência tão alta de perfeição que leva a pessoa a adiar, pois nunca se sente preparada o suficiente para realizar a tarefa”, comenta Rita.

Entre outros motivos para a procrastinação, estão o medo do fracasso, a desmotivação, quando temos a percepção de que a tarefa não é prazerosa, e também a dificuldade em dizer “não”, que pode levar a procrastinar uma ação. “É melhor ser honesto e dizer que não pode ou não sabe fazer a atividade, do que assumir o compromisso e depois ficar adiando a realização”, diz Rita.

Seja como for, em nenhum dos casos, procrastinar é a melhor solução. Ao contrário de apresentar como uma solução inteligente, este comportamento vai comprometer a qualidade de vida da pessoa, seja no trabalho ou não, e vai causar muitos conflitos com a própria pessoa e também com aqueles que convivem mais próximos.

O primeiro passo é a pessoa reconhecer que tem este comportamento e estar de acordo em tentar mudá-lo. A pessoa deve ter uma motivação para empreender a mudança. “Procrastinar é um comportamento e como todo comportamento, a mudança é de médio ou longo prazo”, conta Rita. Bem no limite isto pode ser diagnosticado como um transtorno psicológico e deve ser tratado como tal, pois a pessoa sozinha não vai conseguir lidar, tanto com as causas como com as consequências deste comportamento.

Em momentos de lazer, de descanso, podemos sim deixar algumas atividades para fazer depois sem que isto nos traga grandes prejuízos. Podemos adiar uma louça para lavar, o carro para limpar, o quintal para organizar em nome de um ócio consciente e prazeroso. Afinal de contas, é muito bom experimentar uma preguiça de vez em quando e não procrastinar o ócio.

 

Confira algumas dicas para ser mais eficiente no dia-a-dia

 

  • Diferencie o urgente do importante pode ajudar a tornar o dia a dia mais interessante e eficiente/produtivo.
  • Programe o tempo, tenha uma agenda que lhe ajude a ter uma visão sistêmica do dia, da semana, isto ajuda bastante a identificar aquilo que é importante e evitar que vire urgente.
  • Mapeie todas as pessoas envolvidas na tarefa e peça ajuda a elas.
  • Identifique o prazer de agir e entregar com antecedência, sendo proativo, o que pode ser um fator motivador importante para ajudar.
  • Se a tarefa for chata, intercale com uma atividade prazerosa, seria como uma recompensa.

 

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