Coronavírus e a “Curva V”: na China, a retomada já começou!

mulher com máscara se protegendo do coronavírus covid-19

Berço da pandemia global do novo coranavírus, que começou no fim de dezembro do ano passado, a China já demonstra retomada do crescimento. Após ter fechado indústria e comércio, colocar milhões de pessoas em quarentena, estagnando a segunda maior economia mundial, o país parece ter simplesmente acordado do pesadelo de um dia para outro.

O movimento de retomada revela que os métodos de contenção da doença foram eficientes.

 

“Curva V”

A descrição Curva V é usada para fazer referência a uma queda seguida de uma subida drástica em um gráfico. Assim como já se pode notar na China, que viu sua produção despencar vertiginosamente após medidas drásticas de combate à pandemia e agora já começa a ver números em crescimento.

Levantamentos preliminares dão conta de que 75% de toda capacidade produtiva do país foi retomada. A Xiaomi, por exemplo, terceira maior fabricante de smartphones do mundo, anunciou que 90% das suas vendas foram restabelecidas. E a atividade industrial chinesa mostra sinais de crescimento março, segundo o índice PMI.

Os analistas de mercado já começam a comparar o movimento com a “Curva V”. As projeções otimistas, com base nos primeiros indicadores, revelam que se continuar nesta evolução de gráfico, a economia se recuperará na mesma velocidade em que caiu.

Economistas e cientistas políticos, porém, são categóricos: como não se trata de um fenômeno natural, o padrão pode não se repetir em outros lugares. Para conseguirem se levantar tão rápido, empresas, governo, população e organizações chinesas tomaram medidas assertivas.

Para fins de contenção da doença, o país começou a adotar quarentena no dia 23 de janeiro, quando isolou a região de Wuhan, onde surgiu o paciente zero. A medida foi tomada em outros locais com o tempo. O dia 19 de março marcou a primeira vez sem registro de transmissão local, desde que a contagem foi iniciada, no início de janeiro, o que mostra a eficiência do método.

Desde o início da crise, uma coisa ficou clara: a proliferação da Covid-19 afeta os dois lados da economia, a cadeia de suprimentos e a demanda. O fornecimento de bens e serviços é afetado porque as fábricas e escritórios fecham as portas. Como resultado, a produção cai. E, ao mesmo tempo, a demanda também diminui, porque os consumidores ficam em casa e param de gastar.

Por isso, é importante conter o avanço da doença.

 

Se os impactos da doença na economia foram assustadores?

Em janeiro e fevereiro de 2020, três dos indicadores econômicos da China registraram quedas de dois dígitos, com recordes históricos. Segundo os especialistas, a produção industrial (que mede as atividades de manufatura, mineração e serviços públicos) caiu 13,5% no comparativo anual, a primeira contração desde janeiro de 1990. Analistas esperavam uma queda de 3% nesse indicador.

Enquanto o mercado falava em queda de 4%, as vendas no varejo, um indicador-chave do estado do consumo, caíram 20,5% em relação ao ano anterior, o maior declínio da série histórica. Já os investimentos em ativos fixos – que incluem itens de infraestrutura, propriedades, máquinas e equipamentos – caíram 24,5% no período, outra redução recorde, e seis vezes mais do que o previsto.

Os dados acima, somados aos números ruins da indústria de transformação chinesa em fevereiro, que estava no nível mais baixo desde 2005, contribuiu para o afundamento em que estava. As quedas resultam principalmente de medidas tomadas pela China para conter a disseminação do coronavírus em seu território, como o fechamento de fábricas e lojas por várias semanas justamente logo após o feriado do Ano Novo chinês.

Ainda no auge da crise, autoridades chinesas já adiantavam que as consequências econômicas da pandemia eram “controláveis e de curto prazo” e que o governo tomaria medidas de estímulo. Liang Huang, economista-chefe da China International Capital Corporation, afirmou ao Global Times, jornal oficial do governo, que “se a situação continuar sem complicações, a China é capaz de alcançar um crescimento anual de 6% do PIB (Produto Interno Bruto)”. Em 2019, a economia chinesa alcançou sua menor taxa em três décadas (6,1%).

Segundo a Bloomberg, uma recuperação na segunda maior economia do mundo fornece algum alívio para os fabricantes globais nos próximos meses, à medida que o surto continua a causar estragos na Europa, EUA, Índia e América Latina. Os funcionários estão voltando ao trabalho, as linhas de produção estão começando a rolar e até o epicentro original do surto de Wuhan está encerrando seu bloqueio.

 

Veja o panorama alinhado pela Bloomberg na última semana:

BMW

A produção nas fábricas da BMW em Shenyang foi retomada em 17 de fevereiro, e a montadora alemã disse estar confiante de que o governo chinês administrará a crise e derrotará a epidemia. “Continuamos confiantes nas perspectivas de negócios de médio e longo prazo de nosso mercado número 1 em todo o mundo”, afirmou a empresa em uma resposta por e-mail a perguntas.

Fiat Chrysler

A empresa disse que suas operações de fabricação na China retomaram a produção sob a aprovação dos governos regionais e nacionais relevantes. Mais de 90% de seus revendedores e 95% da equipe da joint venture com o Guangzhou Automobile Group estão online novamente, e “as operações gerais de manufatura e comerciais estão gradualmente retomando os negócios”, afirmou a Fiat Chrysler.

Ford

A montadora dos EUA disse que suas fábricas chinesas retomaram a produção em 10 de fevereiro e continuam aumentando. As duas joint ventures locais alcançaram quase 100% de recuperação, embora alguns funcionários de Hubei ou Wuhan ainda estejam sob restrições de viagem.

Foxconn

Importante parceiro de fabricação de nomes globais da Apple à HP, a Foxconn está constantemente se recuperando. A unidade de Foxconn Hon Hai Precision Industry disse nesta semana que está de volta ao total de funcionários sazonais mais cedo do que o previsto, sugerindo que a empresa taiwanesa está confiante em resolver a escassez de mão-de-obra e os soluços logísticos que ameaçam sufocar o fluxo de iPhones e aparelhos para a América e o resto do mundo.

Honda

A montadora japonesa disse que a capacidade está se recuperando gradualmente em seus dois empreendimentos chineses e até agora eles não tiveram problemas causados ​​pela falta de peças no país devido à tensão no fornecimento de fora da China.

Nissan

Todas as fábricas da Nissan na China retomaram o trabalho e a produção deve se alinhar aos mandatos do governo, informou a empresa.

SAIC

Todas as fábricas da SAIC Motor na China retomaram a produção, com a empresa ajustando os níveis de produção com base na demanda. A montadora tem planos de contingência para garantir peças em caso de qualquer interrupção, disse a empresa.

Tesla

A fábrica da Tesla na China se recuperou de um desligamento relacionado a vírus melhor do que muitos na indústria, ajudada por ajuda das autoridades locais. Depois de retomar as operações em 10 de fevereiro, a fábrica da Tesla só fora dos EUA superou a capacidade que tinha antes da paralisação, atingindo uma produção semanal de 3.000 carros, disse um representante da empresa na sexta-feira.

Toyota

As fábricas da gigante japonesa de automóveis em Guangzhou e Changchun retornaram ao seu horário regular de dois turnos, enquanto em Tianjin, todas as linhas de produção estão de volta aos acordos de dois turnos, exceto uma que permanece em um turno. A fábrica de Chengdu está mantendo seu turno habitual. Mais de 98% das concessionárias da Toyota estão abertas novamente, e a empresa não tem planos no momento de ajustar sua meta de vendas para 2020 na China, afirmou.

Volkswagen

Quase todos os locais de produção estão de volta às operações, disse a Volkswagen. Os desafios incluem uma lenta cadeia de suprimentos nacional e o aumento da logística, além de opções limitadas de viagem para os funcionários. Todos os locais de produção de componentes da Volkswagen e de seus parceiros estão produzindo novamente, afirmou. A empresa está ajustando seus níveis de produção com base nas condições atuais, como passar para um turno em vez de dois anteriormente, de acordo com a empresa alemã.

 

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