Como agir quando a empresa vive uma crise de imagem?
Como profissionais, em qualquer momento de crise, a atitude mais acertada a tomar – se você está em uma empresa onde gosta de trabalhar e na qual há espaço para se desenvolver e crescer – é a de arregaçar as mangas e trabalhar como se fosse o dono
A classificação da Petrobras e da Odebrecht em segundo e terceiro lugares, respectivamente, no ranking da pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens de 2015, divulgada recentemente pela Cia de Talentos e pela Nextview People (veja quais outras empresas aparecem entre as dez este ano) tem levantado alguns questionamentos e polêmicas a respeito das razões que levaram os jovens a escolherem essas empresas.
Esse resultado nos dá a oportunidade de refletir sobre como nos posicionamos diante de uma crise de imagem na empresa em que estamos atuando. Também nos leva a refletir se deixaríamos de desejar fazer parte do time de uma organização que estivesse passando por esse tipo de problema e por quê.
Como profissionais, em qualquer momento de crise, a atitude mais acertada a tomar – se você está em uma empresa onde gosta de trabalhar e na qual há espaço para se desenvolver e crescer – é a de arregaçar as mangas e trabalhar como se fosse o dono. Quando o sufoco passar, certamente quem ajudou a empresa a se reerguer será reconhecido.
Para continuar o nosso raciocínio, vou usar o exemplo da Petrobras e da Odebrecht. Será que o eventual envolvimento de alguns executivos com esquemas de corrupção desqualifica toda a atuação dessas organizações, que têm muitos outros profissionais comprometidos com ética, valores e qualidade dos serviços prestados? Os casos que estamos acompanhando pela mídia seriam motivos suficientes para que você não quisesse mais trabalhar nessas organizações?
Para dar mais subsídio para nossa reflexão, vou dividir com vocês as razões pelas quais os jovens escolheram Petrobras e Odebrecht como Empresas dos Sonhos.
Fizemos alguns grupos focais para entender os motivos de escolha com maior profundidade. O que descobrimos? Que os jovens separam a imagem da instituição da figura de executivos que podem ter tido uma conduta inapropriada. Para os participantes, a corrupção é uma escolha do profissional e não necessariamente uma decisão corporativa.
Quando perguntados se trabalhariam em empresas que tivessem sua ética questionada, alguns disseram que sim, desde que não fosse em cargos de gestão, pois estes profissionais respondem pelas ações da empresa (sendo ou não os responsáveis diretos pelos erros cometidos). A justificativa dos que disseram que não trabalhariam foi o medo de “mancharem” seu currículo e, consequentemente, prejudicarem seu desenvolvimento profissional.
Mas e se já atuassem na empresa e então ficassem sabendo sobre tais desconfianças éticas? Grande parte dos jovens disse que tentaria ajudar a organização a tomar decisões corretas, dentro do que é esperado pelo mercado de trabalho. Apenas sairiam da empresa se os problemas éticos envolvessem todos os processos do dia a dia e não percebessem a intenção dos executivos de mudar a forma de atuar.
Agora eu pergunto: e você, como agiria? Permaneceria na empresa ou buscaria outros voos?
Fonte: Administradores