Segundo novo estudo da FGV, a confiança da indústria no Brasil deve apresentar recuperação pelo quarto mês consecutivo em agosto, recuperando quase o total das perdas registradas no auge da crise econômica devido ao coronavírus.
A prévia da Sondagem da Indústria indica que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) terá alta de 8,4 pontos em relação a julho, a 98,2 pontos, o que significaria uma recuperação de 93% das perdas observadas entre março e abril, quando os esforços de contenção da pandemia obrigaram o fechamento de fábricas e empresas.
O aumento da confiança nesta prévia decorre tanto da melhora nas avaliações dos empresários em relação ao momento quanto em relação às expectativas para os próximos meses.
Já o Índice de Situação Atual deve saltar 8,1 pontos, a 97,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas deve avançar 8,8 pontos, para leitura de 99,3, acima dos 92,2 pontos em março.
A melhora contínua da confiança da indústria nos últimos meses ocorre em meio à flexibilização das medidas de prevenção da Covid-19 em importantes centros econômicos, como São Paulo. No entanto, os casos seguem em alta no Brasil, onde mais de 111 mil pessoas já morreram vítimas da pandemia.
Monitor do PIB
O Monitor do PIB-FGV aponta retração de 8,7% da atividade econômica no 2º trimestre, em comparação ao 1º do ano, na análise da série dessazonalizada. Na análise mensal, o indicador aponta crescimento de 4,2% em junho, na comparação com maio. Na comparação interanual a economia apresentou queda de 10,5%, no 2º trimestre e de 6,5% em junho.
“O resultado da economia no 2º trimestre foi o pior já vivenciado pelo país desde 1980. É inegável que a pandemia de COVID-19 trouxe enormes desafios para a economia brasileira que ainda devem demorar a serem solucionados. No entanto, na análise desagregada dos meses do 2º trimestre, nota-se que o pior desempenho foi em abril. Embora as taxas interanuais de maio e junho ainda estejam muito negativas, já houve melhora dos resultados nestes meses na comparação dessazonalizada. Estes resultados mostram que, embora a economia esteja no segundo trimestre em situação pior em comparação ao anterior, no curto prazo já se observa uma melhora da atividade”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
A retração de 8,7% da atividade econômica no 2º trimestre é a maior retração já registrada no país, desde 1980. Essa rápida deterioração do PIB foi influenciada por fortes quedas na indústria (-12,8%) e nos serviços (-8,4%) e por praticamente todos os componentes da demanda, à exceção da exportação que cresceu 1,3% no 2º trimestre. Por mais que a economia brasileira tenha sido diretamente atingida pela pandemia de COVID-19 a partir de março, a maior retração observada contra o período imediatamente anterior foi em abril. Nos meses de maio e junho a economia voltou a crescer, embora as taxas interanuais ainda mostrem retrações muito fortes. A economia ainda está em situação muito pior do que a do ano passado, porém a retração interanual de junho (-6,5%) é praticamente a metade da registrada em abril e maio (-12,3% e -12,6%, respectivamente).
O estudo completo está disponível no site.