O setor da aviação, que compreende companhias aéreas, comissariado, agências de turismo, empresas de alimentação e catering, as fabricantes das aeronaves, entre outros serviços, é considerado um dos setores mais impactados pela crise global causadas pela Covid-19. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), por conta da pandemia, os níveis atingidos em 2019 deverão ser superados somente em 2023.
Atualmente, para as companhias áreas, a IATA prevê recuo de 55% na receita com passageiros. Em março, logo no início da pandemia, a Associação já estimava que 25 milhões de empregos no setor estavam em perigo com as interrupções nas viagens. Desse número, 2,9 milhões eram trabalhadores da América Latina.
No Brasil, em abril, ocorreu redução de 91,61% em quantidade de voos domésticos. A chamada malha aérea essencial contava com apenas 1.241 voos semanais, em comparação com os 14.781 voos do período anterior à crise.
Recentemente, uma pesquisa feita pela Bain & Company, divulgada pelo Estado de São Paulo, estimou que 35% da frota global de aeronaves deverá estar paralisada até o fim deste ano. De acordo o levantamento, o cancelamento de encomendas de aviões pode chegar a 20% menos.
Para as fabricantes de aeronaves, a pesquisa revelou que os maiores desafios serão enfrentados pelas aeronaves de grande porte. As estimativas é que elas voltem a tomar fôlego, em nível pré-crise, apenas em dezembro de 2023. Aviões menores, aqueles de um único corredor, devem iniciar a recuperação a partir de novembro do próximo ano.
Remodelando o futuro do setor de aviação da América Latina, companhias aéreas em recuperação judicial, como a Latam e Avianca Holdings, passaram a reduzir a competição na América Latina. Antes rivais, essas companhias passaram a se aliar.
Exemplo disso foram as modificações na rota da Latam, que saiu da Argentina. Ao se aliar com a antiga rival Azul, reduziu operações domésticas no Chile, enquanto a Avianca abandonou o Peru. Nesse cenário, especialistas alertam que todas as companhias aéreas na América Latina podem enfrentar graves riscos e desaparecer.
Ainda sobre o futuro da aviação na América Latina, a Bain & Company aponta que a demanda por voos deve retornar ao nível que se tinha antes da crise apenas no início do segundo semestre de 2022.
Riscos de acidentes
Além graves problemas para a sobrevivência do setor aéreo citados acima, as companhias estão precisando lidar com outra preocupação, o risco de acidentes.
Em junho, pesquisas e boletins revelam que a Equipe de Segurança de Aviação Comercial emitiu mais de 50 alertas às companhias aéreas sobre os fatores atípicos que precisam ser monitorados mais de perto durante os recentes problemas do setor.
Por conta das aeronaves vazias, os pilotos relatam que elas estão muito leves, e o desempenho sofre com ações inesperadas, como subir muito rápido, chegando a ultrapassar altitudes permitidas, além de situações de não conseguirem manter a pressão do ar na cabine.
O estresse de funcionários com medo de serem infectados pela Covid-19 e a possível contaminação por combustível em aviões aterrados, também são outros aspectos que envolvem a grave crise do setor, podendo ocasionar, ainda mais, acidentes.
Confira outros conteúdos como este em nosso blog!
Soluções brasileiras criadas para o combate a covid-19
Veja os efeitos da crise no sistema de gestão da sua empresa