Coaching, Gestão de Carreira e Imagem

 

Entrevistador: Sobre a relação Educação x Carreira, de que forma um jovem que se prepara para o mercado de trabalho deve se organizar, no que diz respeito à busca por informação, pesquisa etc., além do universo sala de aula?

Waleska Farias: A qualificação técnica é importante, porém a formação pessoal e o que ele busca convergem com o que ele é. Educação corresponde a direcionamento, ou seja, eu vou estudar em uma esfera da qual quero fazer parte. Hoje, alguns colégios já preparam um vestibular, antes do ensino fundamental. Os jovens precisam começar a perceber que as escolas estão inserindo na programação curricular, atividades que serão de muita valia para que eles já comecem a vislumbrar o que querem nas profissões como carreira. Um exemplo é a de profissionais de diversas áreas sendo convidados a falar, em salas de aula, sobre atuação no mercado. Os adolescentes devem enxergar a iniciativa como forma de despertar para a questão da dúvida, quando eles estão em fase de vestibular. Muitas vezes eles saem do colégio e acabam se inscrevendo em mais de uma opção de curso ou até mesmo áreas diferentes, o que evidencia que não têm clareza da carreira que querem seguir.

A influência familiar é outro quesito em que o jovem não pode se deixar levar. Prestar vestibular em Medicina ou Direito porque os pais são profissionais da área não é a forma correta de definir a carreira que levará para toda a vida. Deve haver sempre um questionamento e não somente um teste de vocação.

Entrevistador: Profissionais mais jovens tendem a não ficar muito tempo nas empresas, caso não enxerguem possibilidades de crescimento. Podemos considerar essa situação uma tendência ou problema? A mudança constante pode prejudicar o histórico profissional, por exemplo?

Waleska Farias: Em um de meus artigos, A Marca Geração Y, eu abordo exatamente essa questão do comportamento dos jovens. Essa nova geração tem a característica do testar para definir o que quer, ou seja, ele vai ficar em determinada posição ou ocupação até sentir se é o que ele quer exatamente para seu futuro. Caso haja a percepção de que não há ligação com o que ele planejava, não terá o menor problema em buscar algo que seja ideal para ele. Os jovens acreditam que são capazes e fazem acontecer.

Por outro lado, ficar muito tempo em uma empresa, não quer dizer que esteja errado. Deve-se levar em conta o custo benefício, que é pessoal e intransferível. O que está de acordo com os objetivos e o que se distancia. A tendência de quem fica por muito tempo em determinada empresa é a de construir um patrimônio financeiro. Por isso, muitas vezes, as pessoas ficam em um emprego, mesmo sem gostar, mas porque precisam do dinheiro. Os jovens da geração Y já não têm o comportamento de cair em processo de acomodação.  A mudança não será vista como algo que o prejudique, pois essa é característica da geração que aí está e as empresas já estão percebendo o comportamento desses jovens profissionais.

Ainda no artigo, eu alerto para a questão de que mais à frente virão as próximas gerações com novos e maiores desafios para todos nós. Portanto façamos como sugeriu Augusto Cury: “Se alguém hoje lhe bloquear a porta, não gaste sua energia com confronto, procure as janelas”.

Entrevistador: Qual o principal desafio para quem está se preparando para entrar no mundo do trabalho?

Waleska Farias: Entre os desafios, eu destaco três que são essenciais:

Autoconhecimento: profundo e particular, do que gostaria de ser ou exercer. Ser sempre autêntico. A condição profissional tem que ser condição de vida, ou seja, não só para ganhar dinheiro. Não dissociar o profissional do pessoal: a profissão não pode distanciar do que se é em essência. Há um diferencial fantástico quando se trabalha com o que gosta. Desta forma, há a conquista de credibilidade e se é autêntico. Gosto muito de uma citação de Freud, sobre o que uma pessoa precisa: “Amar e Trabalhar’.

Saber buscar conhecimento: quando já se sabe o que quer como futuro profissional é importante saber também escolher uma instituição que tenha condições em oferecer informação técnica diferenciada e atualizada. Não basta escolher uma faculdade porque é mais próximo de casa ou do trabalho, pois isso não está no custo benefício para a carreira. Muito importante também é ter a consciência de que não se deve buscar formações e títulos somente para deixar o currículo bonito com inúmeras qualificações, graduações etc., mas sim para agregar valor e ter conhecimento maior, ou seja, de que adianta um belo profile se não sabe desenvolver uma conversa sobre determinados temas. Portanto, ir a fundo à área em que quer se especializar faz muita diferença e, no mundo corporativo atual, onde mais se ganha dinheiro é no diferencial!

Networking: costumo repetir o ditado: mais vale um amigo na praça do que dinheiro na caixa, ou seja, mais do que um currículo, uma referência vale ouro! Por isso é muito importante construir vínculos para ajudar a chegar onde se quer. Não vale ter quantidade, mas sim a qualidade. Em um artigo que trato sobre o tema, eu aponto que a construção de uma boa rede de relacionamento deve ser iniciada de forma estratégica. Geralmente, o processo tem o núcleo familiar como ponto de partida. Depois, estende-se ao círculo de amigos, o que possibilita a construção de uma teia onde cada fio pode oferecer possibilidades de conexões.

Entrevistador: As informações hoje são mais acessíveis, inclusive por meio de dispositivos móveis. Com um celular é possível se informar. Essa facilidade que a mobilidade proporciona pode contribuir de alguma forma para o crescimento profissional, principalmente dos jovens que só utilizam esses meios? Como eles podem usar isso a favor da carreira, enquanto fonte de informação?

Waleska Farias: Sim, pode contribuir em 100%. A informação em tempo real dá propriedade e empoderamento, pois coloca uma pessoa em situação de domínio, detentor de um conhecimento acima da média. Estar ligado à tecnologia faz toda a diferença. Hoje não é ponderado dizer que não há como acessar uma informação, pois tudo é online, real time. O acesso ao fluxo de informações na web e a mobilidade proporcionam atualização.

Cabe aos jovens perceberem e saberem de que forma utilizar seus celulares, tablets, entre outros recursos, para acessar conhecimento. A relação Educação x Tecnologia no início de carreira é muito importante, não só pela informação, mas também pela forma como a pessoa se projeta nessa tecnologia. Se souber se posicionar, isso vem totalmente a favor.

Chamo a atenção para que saibam como se comportar nas redes sociais, pois grandes empresas já contratam profissionais via Twitter, LinkedIN, Facebook, entre outros. Logo, os jovens devem saber de que forma participar das redes sociais e usarem isso como forma de mostrar suas capacidades. Manter os perfis atualizados é muito importante. A imagem nas redes sociais deve estar impecável.

Entrevistador: Empresas apostam na formação educacional de jovens… Como você enxerga iniciativas com essa e de que forma as empresas poderiam colaborar ainda mais na causa da formação dos futuros profissionais?

Waleska Farias: Acredito que toda iniciativa com foco em inclusão social e transformação é louvável. Precisamos incluir o jovem que está à margem por falta de oportunidade. Trata-se de tirar gente de um patamar de cegueira e falta de identidade profissional, lançando esses jovens para uma notoriedade, reconhecimento e diferencial que não se tem. Ao trazer uma informação de peso diferenciada para eles, todos ganham: a empresa, com mão de obra preparada e qualificada; os jovens, nos conhecimentos adquiridos e o país com as pessoas se articulando melhor para lidar com a esfera corporativa. Iniciativa como essa são muito importantes para o país. As empresas precisam enxergar isso melhor para assim unir forças com o objetivo de  elevar o nível de informação e capacitação dos jovens que estão chegando no mundo do trabalho.

Fonte: Espro

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