Grande parte dos líderes de TI parece não conseguir atingir o equilíbrio entre os fatos que devem ser comunicados e a maneira de se fazê-lo. Veja o que é possível fazer antes de iniciar um discurso ou uma apresentação corporativa
“O maior presente é o de poder enxergamo-nos como os outros nos vêem”.
A combinação entre o conhecimento de si mesmo e o entendimento de como essa imagem chega aos outros é uma poderosa ferramenta de comunicação. Desenvolver essa habilidade pode também dar aos gestores a postura executiva, que é essencial durante apresentações, encontros de negócios ou até conversas com colegas.
“A postura executiva é algo que as pessoas buscam, mas raramente sabem como encontrar”, afirma uma das autoras do livro “Seeing Yourself As Others Do: Authentic Executive Presence At Any Stafe of Your Career”, Carol Keers.
Enquanto muitos enxergam a tal postura corporativa” como uma mística combinação de personalidade forte, aparência e comportamento confiantes, a especialista explica que a característica básica de alguém que sabe comunicar-se com os mais diversos públicos é a autenticidade. “E ser autêntico, nesses casos, significa expressar de verdade o que se está dizendo”, afirma Carol.
No que diz respeito aos CIOs, grande parte deles parece não conseguir atingir o equilíbrio entre os fatos que devem ser comunicados e a maneira de se fazê-lo. “Em seus discursos, percebemos que há muitos fatos interessantes e informações estratégicas”, diz ela, que complementa: “Porém, ao ouvir o que dizem, o público tem a impressão de que, no palco, há alguém lendo obituários”.
Esse ar sombrio e desanimado era o que mais afetava as apresentações do ex-CIO da empresa de distribuição internacional DHL Logística, Frits de Vroet. Ele sorria pouco e tinha o tom de voz muito estável durante os discursos, características que provocavam nada mais do que o sono em seus interlocutores.
“Eu sou apaixonado pelo que faço, mas como eu não conseguia me expressar bem, as pessoas que me ouviam sentiam que eu estava completamente desinteressado pelo assunto”, conta ele, que hoje é diretor de TI de uma empresa australiana de recursos humanos.
Ao lembrar o treinamento que fez, o executivo declara: “Eu tive que sair da minha zona de conforto para conseguir me comunicar melhor e, por mais que pequenas mudanças de comportamento possam não ser percebidas imediatamente pelo público, é muito gratificante sentir-se evoluindo em alguma coisa.”
Com base no exemplo vivido por de Vroet, Carol criou um guia com cinco perguntas que os CIOs devem fazer antes de iniciar um discurso ou uma apresentação corporativa. “Por meio dessas questões, poderão entender melhor a audiência e comunicar-se de forma mais efetiva com o público”, diz ela.
1. Como o público é recompensado? São ouvintes pagos para gerar receita na companhia, manter as operações funcionando ou melhorar a participação da empresa no mercado?
2. Qual é a motivação dessas pessoas? Quais são suas preferências e desgostos profissionais?
3. Do que o público mais tem medo: de parecer tolo, ser demitido ou ser ignorado pelo board da empresa?
4. O que eu estou fazendo para piorar as coisas? Como a TI está causando impacto negativo nesses profissionais? Será que estou usando o orçamento da área em objetivos que eles não entendem?
5. O que eu poderia fazer para melhorar o trabalho do público?
Fonte: CIO Uol