Como explicar o crescimento acelerado de negócios como o Waze, Google, Amazon e Uber que, em alguns anos, conquistaram o mundo? Obviamente, não estamos falando de um modelo de gestão tradicional — trata-se de empreendedorismo de alto impacto ou blitzscaling.
Mas como fazer para ascender tão rapidamente e chegar antes da concorrência para atender um mercado global? Em outras palavras, como ser o primeiro líder em escala?
Para responder essas e outras questões, desenvolvemos este post. Entenda em detalhes o que é o blitzscaling, como esse conceito funciona e em que momento as empresas devem adotar essa metodologia de gestão que é tendência!
O que é blitzscaling?
Blitzscaling é um conceito de autoria de Reid Hoffman, um empreendedor de sucesso — criou nada menos que o LinkedIn, já dirigiu a startup Paypal e investiu em outras, como Airbnb, Facebook e Zynga.
Trata-se da ciência e arte de saber como agir para crescer muito depressa antes dos concorrentes e, assim, conquistar um amplo mercado. O objetivo é tornar-se o primeiro em escala e, com isso, criar muitos postos de trabalho, principalmente em setores inovadores.
Essa ideia de empreendedorismo de alto impacto foi desenvolvida por Hoffman ao longo da sua carreira na liderança de negócios com crescimento relâmpago. O tema tornou-se até mesmo uma disciplina ministrada por ele no curso de Ciência da Computação da Universidade de Stanford — a Technology-Enabled Blitzscaling.
O método é quase sempre relacionado às startups de tecnologia, devido ao seu potencial de crescimento. Por isso, torna-se a meta de pequenos empreendedores desse setor que sonham em faturar bilhões em um curto período de tempo.
Como é o funcionamento desse conceito?
Para que a empresa tenha condições de crescer de modo acelerado, é necessário enfrentar desafios que se voltam para dois aspectos:
- identificação de uma oportunidade “original” no mercado, que carregue, portanto, uma vantagem competitiva;
- desenvolvimento de um produto que atenda a uma necessidade de um mercado novo.
Tamanho da empresa
Quando pensamos no crescimento de um negócio e no momento decisivo para dar um passo mais ousado, avalia-se o aumento do faturamento e da base de clientes. No entanto, é importante se concentrar no tamanho da empresa e em sua capacidade para executar.
Dessa maneira, Hoffman estabeleceu o crescimento de um negócio como uma série de fases. São, na verdade, 5 escalas organizacionais:
- família — até cerca de 10 colaboradores, não necessariamente especialistas. Etapa de aprendizagem para se concentrar no ajuste do produto/serviço ao mercado;
- tribo — dezenas de colaboradores, já com especialistas na equipe. Etapa para lançar um produto/serviço e começar a engajar consumidores;
- aldeia ou vila — centenas de colaboradores, com muitos especialistas e setores estruturados, como RH, jurídico, marketing. Capacidade para se concentrar em projetos paralelos;
- cidade — milhares de colaboradores, com um time de especialistas e muitos escritórios pelo mundo. Etapa para trabalhar com novos produtos e explorar novos espaços;
- nação — mais de 10 mil colaboradores, uma legião de especialistas. Etapa em que se está em alto nível global com várias empresas (estrutura ramificada) que trabalham com ajustes de produtos a novos mercados.
O criador do LinkedIn destaca que, normalmente, as empresas passam a ser globais quando transitam da escala aldeia para cidade.
Triagem dos problemas
Saiba que o processo de crescimento é caótico, portanto, serão muitos problemas que a empresa vai enfrentar em cada escala. O segredo, segundo Hoffman, é saber quais incêndios você precisa apagar primeiro e quais pode deixar queimando. Em outras palavras: é importante saber resolver os desafios mais críticos para que seja possível tomar as decisões no tempo certo.
Em cada uma dessas etapas existe uma mudança na forma como o gestor enxerga os setores, contratação de recursos humanos, funções, investimentos, marketing, entre outros aspectos. Afinal, uma empresa com 20 empregados é totalmente diferente de uma com 100.
No entanto, é imprescindível pensar na empresa como um todo no blitzcaling, concentrando-se em como fazer o desenvolvimento de talentos, sem perder de vista a fidelidade à cultura organizacional, que é a personalidade coletiva do negócio. Por isso, é fundamental manter uma comunicação eficiente entre todos da equipe, que certamente estará dispersa em vários locais diferentes.
Em que momento as empresas devem adotar esse modelo de gestão?
É necessário cautela quando se fala em crescimento de um negócio. Dessa maneira, enquanto a startup ainda está na escala família, o momento não é o de avançar, mas sim de definir o produto ou serviço e angariar capital.
Na etapa tribo, a não ser que se tenha um produto de grande sucesso, é difícil que se inicie o blitzcaling, pois a empresa está definindo o mercado e começando a encantar os clientes. Ainda não há certeza de que terá uma ascensão vertiginosa.
Entre tribo e aldeia
Dessa forma, de acordo com Hoffman, esse modelo de empreendedorismo de alto impacto tem início, geralmente, entre as escalas tribo e aldeia. É uma fase em que o gestor já conta com alguns dados, sabe do poder de seu produto ou serviço e, portanto, de sua vantagem competitiva.
É o momento do blitzscaling, pois surge uma grande oportunidade no mercado e, obviamente, a concorrência — de outras startups ou marcas estabelecidas — que também vão tentar abocanhar esse espaço. Por isso, é preciso saber como agir para chegar primeiro junto ao público-alvo.
Ao decidir utilizar a estratégia de blitzscaling, as empresas, é claro, assumem mais riscos do que aquelas que trilham o caminho mais racional e conservador de ascensão.
Mais investimentos
Fazer da sua empresa líder em escala vai facilitar a continuidade do crescimento e, consequentemente, atrair mais investimentos e propiciar a abertura de capital. Pode até mesmo criar mais oportunidades para sua aquisição por outra organização de porte ainda maior.
É claro que o blitzscaling se encaixa melhor em startups de inovação. Contudo, qualquer nicho de negócio pode se beneficiar com esse modelo de gestão e crescer de forma vertiginosa para atender um mercado global. Os exemplos de empreendedorismo de Hoffman só comprovam que a estratégia é eficaz, pois tem resultados de sucesso.
E você, como avalia essa metodologia? Já pensou em aplicar no seu negócio? Compartilhe essa notícia em suas redes sociais!