AUTOCONHECIMENTO – POR QUÊ?
Eline Rasera.
Dá trabalho e nem sempre é bom evidenciar determinadas características e assumi-las. Ao contrario, temos sempre a necessidade em saber que somos boas pessoas, competentes, educadas e equilibradas. Quase que beirando a perfeição. Pensar que somos assim faz bem para a auto imagem e é claro, auto estima.
Só que não! Não somos perfeitos. Estamos sempre em processo evolutivo.
E quanto menos se olha para as próprias características, menos oportunidade para mudar as que comprometem o desempenho, as relações e a vida.
Somos “treinados” (educados pela sociedade) a observar mais os comportamentos alheios, com direito a analises e criticas. O nosso comportamento (e suas conseqüências), em geral, são sempre justificados, ou seja, sempre há e haverá um bom motivo para tal atitude e, se houver algum responsável, certamente é o outro.
E assim caminhamos pela vida, evitando as dores emocionais como a culpa ; aliás, uma feroz e atroz causadora de infelicidade e de algumas doenças. Mas não é necessário esse extremo para mudar. A culpa pode ser somente um sinalizador de que algo saiu errado. Isso é humano e necessário para avaliarmos nossas ações. Somente como curiosidade, o psicopata não apresenta essa condição em seu processo mental, o que o leva a comportamentos altamente prejudiciais ao outro sem que haja culpa e, portanto, sem que perceba necessidade de mudança. Mas, nesse caso, trata-se de um transtorno grave de personalidade, uma doença. Portanto, o sentimento de desconforto que , normalmente sentimos ao percebermos que fomos responsáveis por algo prejudicial, é necessário para então, alterarmos o nosso comportamento.
Então como utilizar o sinalizador e mudar um padrão de comportamento? E por quê?
Sempre que uma pessoa decide pelo processo de autoconhecimento e, consequentemente autodesenvolvimento, tende a se tornar mais equilibrado, competente, bem relacionado e com mais sucesso profissional.
E pessoas mais equilibradas tendem a ser mais felizes. Se analisa e se corrige, foca em objetivos pessoais e profissionais, busca alternativas para conquistar suas metas, aprende a lidar com obstáculos e, de regra, aprende com os erros.
Alguns passos para orientar esse processo:
Decidir. Parece simples, mas não é. A decisão é interior, nasce no cérebro e no coração, quase que “visceral”. Não é “eu preciso” ou “eu devo”, mas, EU QUERO (assim mesmo, com letras maiúsculas).
Eliminar criticas ao comportamento alheio. Sempre que ficar tentado a comentar (com maledicência) opções de vida, atitudes, aparência ou outra característica de outra pessoa, lembrar da decisão de mudar e não desviar a atenção de si mesmo. Afinal é mais confortável observar e falar do outro. Nesse momento SILENCIE (assim mesmo, com letras maiúsculas).
Observar as próprias emoções negativas (tristeza, raiva, inveja, revolta, medo, etc) e buscar entender a natureza da mesma, ou seja, qual a razão desse sentimento? “Por que estou sentindo isso?” – em geral, o sentimento encobre uma fraqueza ou uma dor emocional que reside em nossa própria historia.
IMPORTANTE: a auto-análise não deve nem levar `a culpa com piedade de si mesmo, e nem justificativas com o passado. É analise do fato e de como mudar. Ponto.
Identificar alternativas de comportamento / ação que revele grande potencial de êxito e satisfação de todos os envolvidos. Sempre se tem opções.
Repetição do comportamento é que muda o padrão e fixa o aprendizado, portanto , é mantendo a nova atitude que garantimos sua permanência em nosso padrão mental.
E se não for possível evitar uma ação com consequência desagradável (como uma demissão, por exemplo) procurar a melhor maneira de executar a tarefa. Está valendo a AUTOANALISE.
Pensar antes de agir ainda é um bom negocio. Refletir sobre a melhor conduta ainda evita muitas consequências negativas.
Então, a partir da decisão tomada, do esforço para se eliminar a observação do outro e focar em autoconhecimento e autodesenvolvimento, encontrar novas maneiras de agir com menor teor emocional, claramente as mudanças realizadas, tanto internas quanto do comportamento, tendem a apresentar maior equilíbrio emocional e qualidade de vida, alem de, ser um ótimo desenvolvedor de carreira profissional.
De qualquer maneira, parece ser um bom caminho para se escolher na vida: tornar-se cada dia melhor e mais satisfeito consigo mesmo.
Eline Rasera, psicóloga, coach e professora do curso de Pós-graduação em Administração de Empresas da IBE Conveniada FGV.
Fonte: http://www.panoramadenegocios.com.br/2014/08/coluna-da-professora-e-psicologa-eline.html