Agora é que são elas? Mulheres no mercado de trabalho

 Ao mesmo tempo em que o estudo “Estatísticas de Gênero”, divulgado pelo IBGE na sexta-feira, 31, indica um aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, também mostra que elas possam ter menos carteira assinada do que os homens, considerando que a diferença de formalidade entre os gêneros passou de 3,8 pontos percentuais em 2000 para 6,7 pontos percentuais em 2010. Embora o estudo mostre aumento de 32,7% da proporção de mulheres com carteira de trabalho assinada em 2000 para 39,8% em 2010, a variação é menor do que o observado para os homens, que de 36,5% passou para 46,5%. Mas há notícias boas para ambos os gêneros. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), houve diminuição da informalidade para todos os grupos pesquisados.Para o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), as mulheres não tendem a perder participação no mercado formal mais do que os homens em 2015. Aliás, elas tendem a participar cada vez mais em função de, em outros fatores, a escolaridade ser mais alta. “O que eu acho que acontece muitas vezes é que as mulheres demandam mais flexibilidade no mercado de trabalho para cuidar, por exemplo, dos filhos. Essa maior flexibilidade de trabalho que ela gosta de ter e que, muitas vezes, ela exige talvez explique em parte essa informalidade mais alta”, explica.Considerando a baixa expectativa do crescimento do PIB para 2014, Barbosa acredita que o próximo ano será difícil, com tendência para o desemprego aumentar e talvez a informalidade parar de cair. Determinadas datas nesse ano, como a Copa do Mundo, as eleições, e a proximidade das festas de fim de ano, estariam ajudando a camuflar essa questão latente. “O desemprego ainda não está visível, mas acho que, a partir do ano que vem, ele vai começar a aumentar e deve crescer, inclusive, de forma acelerada”, conclui o pesquisador.