DEBATE
A tributação invade a eficiência do estado, diz especialista
Afirmação foi feita durante debate, realizado na IBE Conveniada FGV. Especialista fala, ainda, sobre características para um sistema tributário perfeito
Ainda segundo Quiroga, se é verdade que há esse sentimento de resistência, por outro lado, percebe-se que depende sobre o que é a tributação. “A tributação invade a eficiência do estado. Só há estado, se houver tributos. É claro que tem outros meios, mas o maior orçamento do Estado vem dos tributos”, disse .
O especialista defende que o estudo da tributação sob uma perspectiva apenas é anômalo, uma vez que não há como entender tudo analisando apenas uma perspectiva. “Em todo caso, é necessário estudar e entender o ramo de negócios do tributo em que quer se aperfeiçoar, pois não há como compreender como ele interfere, atua e funciona se não entender esse mercado”, completou.
Sistema Tributário Perfeito:
O especialista acredita que um sistema tributário eficiente deve contemplar 4 características distintas, mas complementares, sendo elas:
1 – Sistema Simples. O sistema tributário não pode ser complexo e deve facilitar a aplicação imediata, atingindo a raiz do problema. “No Brasil, o Governo Federal pensou em tributação sob o ponto de vista pragmático por uma razão simples: aqui não há distribuição de renda. 4% da população ganha acima de R$ 3.000,00, ou seja, a lei tributária tem que ser feita para os 94% da população. O sistema no Brasil não é simples, mas aconteceram muitas coisas nos últimos 15 anos que demonstraram que o país está mudando”, disse o especialista.
2 – Sistema Progressivo. O sistema defende o aumento da tributação na medida em que se aumenta a renda, operacionalizando por meio da utilização de alíquotas crescentes. “Quem ganha mais, paga mais. Parece justo, mas será que no Brasil dá certo? Isso porque a progressividade é desejável, mas a grande arrecadação vem de imposto sobre consumo. Antes, atribuía-se essa prática tributária aos países subdesenvolvidos, mas isso está mudando, pois perceberam que é muito mais prático tributar 0,5% sobre o produto de todos do que concentrar a tributação em parcela da população que pode resistir fortemente ao sistema”, ponderou o especialista.
3 – Sistema Neutro. Não pode haver diferença tributária entre os estados. “A desneutralidade causa um problema sério. Entretanto, não dá pra ser uniforme em um país grande e diversificado”, disse. Roberto defende que a prática das isenções fiscais devem ser mecanismos de equilíbrio, mas não de concorrência.
4 – Sistema Justo. Há grande polêmica entre os especialistas de como medir justiça em tributação. “O que é justo em tributação? Como mensurar justiça em carga tributária? Especialistas defendem que, quanto mais tributo tiver num sistema onde quem paga é quem provoca custo no Estado, mais justo ele vai ser”, completou Quiroga.
De acordo com Roberto Quiroga, são três as funções realizadas pelo Estado que diminuem a resistência aos tributos:
1 – Função Alocativa. Aqui, aloca-se em bens públicos fundamentais.
2 – Distribuição de Renda. Incentivos assistencialistas ou outros tipos de incentivos com funções distributivas.
3 – Função Estabilizadora. A população resiste menos na medida em que é realizada política fiscal mais equilibrada.
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