A liderança e seu envolvimento no sucesso da organização
Ao falarmos em liderança pensamos logo em nomes internacionais como Steve Jobs e Jack Welch ou líderes nacionais como Jorge Paulo Lemann e Ricardo Semler. Mas afinal o que leva essas pessoas a serem consideradas líderes? O que os motivam a buscarem o máximo de si em seus projetos e levarem outras pessoas a segui-los em suas empreitadas? Será que o poder e a posição hierárquica são sempre os únicos motivos que levam alguém a liderar um grande número de pessoas?
Quando falamos em liderança há dois elementos muito mais importantes para a criação de um líder autêntico, o propósito e a forma com que o líder lida com a Estratégia.
Começando pelo propósito, você saberia descrever seu significado? Pois bem, o propósito pode ser resumido como a crença de uma organização, a qual trabalha como o elo entre os objetivos, a estratégia da mesma, bem como associada a sua missão, visão e valores e que deve estar incorporada em seu líder, afinal um líder com um propósito diferente da organização estaria remando para um cenário oposto do que a empresa deseja e consequentemente contrário a sua crença e desalinhado a estratégia, dificultando que seus colaboradores e clientes se engajem e tenham um relacionamento forte com a organização. Este propósito de um líder e de sua organização está relacionado a uma pergunta simples: “Por que?”. Por que estamos ligados a um desafio comum? Que crenças/propósitos tornam o que fazemos importante? Qual é a razão de tudo isso existir?
Esses conceitos estão muito ligados a ideia do Círculo Dourado apresentado por Simon Sinek em seu livro “Start with Why? How great leaders inspire everyone to take action” no qual podemos associar a liderança à forma de engajar e inspirar pessoas a 3 perguntas básicas “O que?”, “Como?” e “Por que?”, onde “o que” pode ser descrito como o que a organização/líder faz, o “como” é a forma de se atingir esse “o que”, por meio de processos, atividades e do conhecimento tácito e explícito, mas o “Por que” é a peça chave e que destaca os verdadeiros líderes dos demais, gerando comprometimento e engajamento autêntico de sua equipe, clientes e de toda sua rede de relacionamento.
Um bom exemplo de líder com um propósito claro e bem definido e o impacto que isto trouxe foi o de Steve Jobs no caso a seguir:
Certa vez, ao buscar um substituo para seu cargo de CEO da empresa, decidiu que a melhor alternativa seria o CEO da PepsiCo John Sculley, que na época conseguiu ganhar parte do mercado que era da sua concorrente Coca-Cola através de uma estratégia de marketing muito bem planejada e aplicada com sucesso. Sabendo disso, Jobs trouxe á tona uma pergunta que faria o executivo da PepsiCo aceitar seu convite – Você quer passar o resto da vida vendendo água com açúcar ou quer a chance de mudar o mundo?
Para Jobs, o propósito da Apple era claro e a partir disso ficou muito mais fácil engajar aquela pessoa a segui-lo (embora Steve tenha se frustrado posteriormente com as decisões tomadas por John Sculley dentro da empresa da maçã).
Falou-se até agora da importância do propósito para que um líder seja autêntico e facilite o processo de engajamento dentro da empresa, porém apenas citei brevemente outro elemento muito importante do líder e que começarei a descrever melhor a partir de agora, que é a forma como o líder lida com a estratégia.
Porter trata a estratégia como a “ criação de um posicionamento único, que envolve um conjunto distinto de atividades”.
O líder não necessariamente é responsável pela concepção da estratégia da organização, já que a mesma pode ser traçada de forma colaborativa junto a seus stakeholders, porém um dos seus papeis fundamentais é garantir que ela seja implementada em todo o ambiente organizacional.
A capacidade do líder de comunicar e de conectar as outras pessoas à estratégia é tão vital quanto todas as outras atividades que ele faz diariamente, por isso o líder deve dar atenção especial às atividades importantes e de cunho estratégico para a empresa frente às demais, pois é comum encontrar nas empresas pessoas em cargos de liderança que acabam concentrando seu tempo e esforço em atividades denominadas urgentes, mas que tem caráter pouco importante e estratégico para a empresa (o famoso “apagar incêndio”) ao invés de focar nas suas atividades realmente estratégicas e que tem por isso muita importância para o desenvolvimento de sua organização e de seus colaboradores. Isso acaba ocorrendo pois atividades estratégicas normalmente exigem um esforço de médio a longo prazo para gerar resultados concretos, o que faz com que muitos as deixem de lado e só percebam os impactos destas atitudes mais adiante.
Em casos como o citado acima, delegar tarefas e discernir o urgente mas pouco importante do que é estratégico torna-se crucial para o sucesso do líder e de sua organização no mercado e o diferencia dos demais profissionais.
Um verdadeiro líder tem a estratégia da sua organização muito bem definida e atrelada aos seus valores, assim como sabe apresentá-la aos seus colaboradores de uma maneira inspiradora e que os faça compreender a importância de seus cargos e atividades para alcançar o propósito da organização e desta forma os mesmos passam a agir não por uma simples ordem entregue por alguém de um nível hierárquico superior, mas sim por acreditarem no que aqueles que os inspiram acreditam, por sentirem que o desejo de realizar aquela tarefa vem de si próprio, afinal o único processo pelo qual podemos conseguir que alguém faça alguma coisa é dando-lhe o que ele quer.
Fonte: Administradores