A diversidade nas empresas
Rosa Perrella
Diversidade significa diverso, distinto, variado, mudado, alterado, discordante, divergente. No contexto empresarial, a diversidade está ligada a discordância e divergência, que consequentemente resultará em conflito de ideias, o que é muito benéfico, se bem gerenciado, para o processo de desenvolvimento da equipe e das empresas.
Porém, se faz necessário que as empresas deixem claras sua missão, cultura , valores e sua importância, de forma que os gestores as coloquem em prática diariamente de maneira a tornar tangível aos seus colaboradores, onde as mesmas serão repassadas aos clientes e ao mercado em que atua, ou seja, o real papel da empresa perante a sociedade.
A importância das empresas convergir culturalmente, torna-se o fator condicional do sucesso e de sobrevivência organizacional.
Muitas empresas tem utilizado a pesquisa de clima, para mapear o gerenciamento de pessoas, comunicação interna, relacionamento interpessoal e a transparência e coerência nas ações; aspectos que impactam na motivação dos colaboradores e nos resultados das empresas.
A missão de uma empresa mostra para que ela existe, sua finalidade, define a sua apresentação ao mercado, colaboradores, acionistas, parceiros de negócios.
O caráter da empresa, é definido pelos seus valores, são as ações que apresentam sua conduta, os pilares internos, onde a ética e a qualidade estão inseridos por quase todas as empresas tradicionais.
O conceito de cultura organizacional , é definido pela junção dos valores e missão da empresa, que quando colocados em prática acompanha a história da empresa.
As empresas de forma geral, possuem missão, visão, valores, cultura organizacional e hierarquia, e o indivíduo ao entrar na empresa, traz seu contexto cultural, sua postura, seus pensamentos e valores, que divergem da empresa. A empresa na busca por excelência, precisa transpor a ansiedade e os conflitos, buscando o controle emocional, iniciando-se assim, um dos primeiros pontos para a diversidade no ambiente de trabalho.
Estabelecer normas não é o bastante, é preciso vivenciá-las, pois, devido a diversidade cultural, é importante estar expressa nas atitudes dos colaboradores e dirigentes, que precisam liderar pelo exemplo. Se a prática não condiz com o discurso, além de cair em descrédito e falta de confiança, afetará toda a relação entre as áreas de interface e consequentemente para os clientes e o mercado.
Na busca por promover a congruência dos objetivos das empresas e dos indivíduos, o exercício de mentoria, torna-se eficaz na harmonização das metas individuais e profissionais nas organizações.
Toda empresa tem seu objeto social com seus processos, know how, estrutura que é composta por pessoas que precisam se manter entusiasmadas para o trabalho, onde muitas vezes por serem diferentes, pensam diferente, tomam atitudes diferentes, possuem necessidades diferentes e produzem conflitos. Conflitos estes que podem ser absorvidos pela empresa criando valores, crenças e comportamentos, daí surge a cultura organizacional pelo mix entre os pressupostos empresariais e individuais.
Portanto, temos um dos maiores desafios da liderança, formar e manter a equipes motivadas e comprometidas, este é um dos maiores interesses dos gestores no mundo contemporâneo.
Sugiro uma reforma do pensamento das empresas, em relação a forma como determinam seus pressupostos empresariais, pois, por vezes participo, conduzindo grupos de líderes em planejamento estratégico, com discursos maravilhosos, e muito pouco práticos e sem compartilhamento com as equipes, somente é passado ou colocado em banners, calendários, no verso do crachá, mas se perguntarem muitas as vezes as pessoas tem que ler, ou não se lembram, tendo que recorrer ao site ou similar.
Para que as ações das empresas convirjam a um resultado único e falem a mesma língua, oriento os dirigentes que após formulem seus pressupostos, compartilhem com suas equipes para obterem sugestões, e que ainda revisem periodicamente para adequação, ao meu entender, significa, transformar a missão da empresa na causa pessoal dos colaboradores, pois, somente quando a equipe participa é que poderão se comprometer.
Rosa Perrella é consultora em gestão de pessoas, coach e mentoring organizacional, palestrante e professora nos cursos de Pós Graduação na IBE FGV Campinas. Especialista em gestão de lideranças e desenvolvimento de equipes. Mestranda em Educação, formada em Administração, com MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores pela IBE Conveniada FGV Campinas, além de Pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios, Psicologia Transpessoal, Marketing Empresarial, Gestão de Pessoas e Negociação Avançada.
Fonte: Panorama de Negócios