A difícil arte de ser mulher mãe e mulher executiva
Viviane Gonzalez
A mulher mãe e a mulher profissional são a mesma pessoa e não adianta tentar separar seus lados. Para todas as mulheres, mesmo aquelas que ainda não têm filhos, a maternidade desempenha um papel fundamental em suas vidas e elas precisam encontrar o equilíbrio entre as duas facetas, por mais difícil que seja, – e aceitar que não têm superpoderes.
A maternidade só atrapalha a carreira quando a mulher não consegue se organizar. A partir do momento em que ela decide ter filhos, é necessário que programe suas prioridades, como por exemplo, se vai contratar uma babá ou colocar a criança na escola, se vai trabalhar aos finais de semana ou, ainda, como manter os momentos de lazer.
A maternidade ajuda as executivas quando estas percebem como são eficazes ao conseguir conciliar as inúmeras demandas de sua vida, o que traz mais confiança.
Então, percebe-se que esta multiplicidade de papéis é positiva, pois executivas conseguem gerenciar tudo com competência e, ao contrário do que se imagina, o acumulo de papéis não tem um efeito prejudicial.
Organização é fundamental, mas deixe um espaço para imprevistos. Mulher mãe e executiva por mais que queira programar e organizar seu dia e sua agenda, sempre está sujeita à imprevistos. Não se culpe, seja flexível.
Quantas vezes você acordou programando ter um dia tranquilo e de repente… filho doente, reunião cancelada, trânsito, problemas na escola e etc! Tenha calma e serenidade para lidar com estas situações. Não se cobre demais!
A mãe que não se organiza pode se tornar uma profissional que vive culpando o filho por seus atrasos, não cumprimento de prazos, entre outros problemas. Essa não é a postura ideal de uma gerente. A mulher precisa entender que não pode ser perfeita em casa e no trabalho, ela precisa do apoio no lar e de uma equipe competente na empresa.
Tudo isso porque, apesar das mulheres terem evoluído no mercado de trabalho e conquistado novos espaços, o cuidado das tarefas domésticas continuam sendo vistas como responsabilidade das mulheres.
Antigamente havia uma penalização da mulher com filhos, em termos de carreira, em relação à mulher sem filhos. As empresas tendiam a avaliar a mulher que decidia formar família em certa altura da carreira como baixa ambição ou comprometimento.
Mas este cenário está mudando, principalmente nas grandes corporações. As empresas já entendem que casar e ter filhos faz parte de um processo natural da mulher. Algumas até veem como um aspecto positivo aquelas que têm esses objetivos, pois indica que valorizam a vida pessoal também.
Viviane Gonzalez é consultora de RH com ampla experiência em Executive Search para todos os segmentos da indústria. É graduada em Administração de Empresas pela PUC-RS e tem MBA em Marketing pela FGV.
Fonte: Panorama de Negócios