As varejistas, principalmente aquelas com uma presença consolidada em seus canais digitais, estão tendo um 2020 e tanto. Como reflexo, as empresas do segmento têm dominado a lista de melhores desempenhos do Ibovespa no período — com a Via Varejo acumulando uma alta superior a 65% e o Magazine Luiza uma de mais de 100% — e a preferência dos analistas do mercado.
Mesmo com a crise econômica que chegou junto o vírus, desde o começo da pandemia as companhias do setor têm se mostrado fortes, resistentes e preparadas para o momento. A população se adaptou ao digital e o e-commerce, que já seguia com essa tendência de digitalização, acelerou o processo, cresceu e coleciona altas exponenciais nas vendas pelo canal.
Dadas as circunstâncias e depois de 8 meses de isolamento social, seria de se imaginar que o apelo ‘Black Friday’, clássica data americana de descontos expressivos e que ganhou força no Brasil nos últimos anos, pudesse ser menor. Mas não é o que espera a XP Investimentos.
Em relatório assinado pelos analistas de varejo Marco Nardini e Danniela Eiger, a corretora diz acreditar que a data deve mostrar um desempenho superior ao visto em 2019, que foi de R4 3,2 bilhões.
Uma pesquisa elaborada pela Ebit/Nielsen reforça essa visão e mostra que as vendas na data devem ter um crescimento de 27% com relação ao ano passado. A associação brasileira de e-commerce, ABComm, estima que as vendas digitais tenham um crescimento de 77% na base anual.
Otimistas com o cenário, os analistas da XP Investimentos listaram cinco dos principais fatores que devem apoiar um forte desempenho da Black Friday – e uma empresa que está bem posicionada para surfar essa onda. Confira!
1) Digital consolidado
Eu comecei esse texto falando sobre como nos últimos meses os consumidores brasileiros se viram obrigados a explorar o e-commerce para compensar o fechamento das lojas físicas. E esse é o primeiro fator que levam os especialistas a acreditarem no sucesso da data.
Os números dos usuários online cresceu cerca de 40% e mais de 5 milhões de brasileiro fizeram a sua primeira compra online em 2020.
2) Black friday virou tradição
Tradicionalmente a Black Friday acontece no feriado prolongado do dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, na última sexta-feira de novembro. No Brasil, não comemoramos a data, mas o dia de descontos entrou para o calendário e já se encontra em sua décima edição.
Uma pesquisa do site Reclame Aqui mostra que 70% dos entrevistados possuem planos para fazer compras na data. para se ter uma ideia do tamanho da adesão, o Brasil só fica atrás dos Estados Unidos quando o assunto é Black Friday no Twitter.
3) À um clique de distância
Já é quase dezembro, mas a pandemia ainda obriga que boa parte da população permaneça em home office.
A situação obriga que a fiquemos mais tempo conectados. Com isso, a exposição às ofertas online é ainda maior.
A pandemia também provocou um aumento na poupança e uma demanda reprimida. Segundo outra pesquisa utilizada como base pelos analistas da XP, 7 em cada 10 entrevistados não compraram nada durante o período.
A Black Friday pode ser a oportunidade perfeita para satisfazer esses desejos.
5) Estímulos ao consumo
Não é só quem compra à vista que deve ver vantagem nas promoções. A taxa de juros baixa também torna os parcelamentos mais atrativos e sustentam o consumo.
Quem ganha com isso?
O varejo brasileiro é um setor de alta competitividade e tem mostrado força para enfrentar a data com sucesso
A empresa dona do Ponto Frio e das Casas Bahia seguiu reforçando o seu estoque ao longo do ano, se preparando para a data.
A oferta de canais diferenciados de compra/retirada e frete grátis também desempenham um forte papel na escolha dos consumidores. E a Via Varejo mais uma vez aparece como destaque para os analistas, já que parece mais agressiva em relação ao frete grátis do que a B2W ou o Magalu, que oferecem a opção apenas para itens selecionados ou assinantes de seus pacotes prime.
“Por fim, acreditamos que ser multicanal será um diferencial em relação ao varejo tradicional, principalmente por conta do aumento de preocupações com a segunda onda de COVID-19”.
Fonte: Seu Dinheiro