5 maneiras dos grandes líderes de cultivar a sabedoria no local de trabalho – Ao longo da minha vida, meu pai me dizia: “Se você enriquecer sua mente todos os dias com conhecimento relevante, sua mente ficará mais forte — e se você a desafiar, ela ficará mais sábia”. A sabedoria guia o nosso pensamento, atitude e mentalidade geral. Nos força a ultrapassar os limites e enxergar além do óbvio. Direciona a nossa reinvenção e o efeito que nossa liderança tem em tudo e em todas as pessoas com quem temos contato diariamente.
Como líderes, uma das nossas principais responsabilidades é maximizar o potencial das pessoas que servimos e permitir que elas descubram a própria sabedoria. Não devemos encorajá-las a seguir sempre a sabedoria dos outros.
Ganhar sabedoria significa permitir que outros também ganhem sabedoria. Você está diferenciando sua liderança das outras deixando seus empregados compartilharem seus pensamentos e perspectivas, além de serem originais? Todos temos uma forma diferente de enxergar o mundo e o local de trabalho. Você espera que os outros imitem seu pensamento, ou você tem a coragem de deixá-los destacar sozinhos?
Por que é tão importante cultivar a sabedoria no local de trabalho? Atualmente, as empresas e marcas tentam se liberar do status quo e se reinventar. Dois fatores são diferentes hoje do que em qualquer outra época da história moderna: 1) a velocidade da mudança — o que é relevante hoje pode ficar extinto mais rápido do que você pensa; e 2) a mudança demográfica cultural — em vez de o negócio definir o indivíduo, o indivíduo define o negócio.
Esses dois fatores, especialmente quando combinados, requerem que nós líderes cultivemos mais sabedoria no local de trabalho. A verdade é que não temos todas as respostas — e quando achamos que as temos, o mercado mostra que estamos enganados. A diversidade do pensamento inspira a sabedoria. Você tem a coragem e sabedoria para aceitar esse fato? Aqueles que não têm medo de ser vulnerável assumirão essa mentalidade e liderarão o novo normal.
Como muitos outros imigrantes, meu pai se viu forçado a operar no modo de sobrevivência. Depois de perder sua pátria à revolução de Castro, ele teve que se reinventar nos Estados Unidos. Ouvir a história do meu pai foi como fazer um curso intensivo em sobrevivência.
Foi o meu pai quem me ensinou a importância da sabedoria acumulada e como alcançá-la por meio da sede de aprender e a coragem para perturbar o status quo. Também aprendi com ele como abraçar a reciprocidade nas relações e respeitar aqueles que desejam o desenvolvimento dos outros — e que o sucesso vem àqueles que se rodeiam de pessoas que querem que esse sucesso continue.
Um líder que percebeu isso foi Pete Carroll, técnico do USC Trojans. Você poderá ouvir como ele descobriu a filosofia e abordagem dele no seu discurso para formandos da USC Marshall School of Business.
Apresento aqui cinco aspectos para você levar em consideração ao avançar no seu caminho para a liderança e cultivar a sabedoria no local de trabalho.
1. Enxergue a força na vulnerabilidade
Recentemente, um executivo de uma empresa Fortune me perguntou: “Por que devemos ser vulneráveis? Isso não nos faz parecer fracos? Isso não diminui minha influência?”
Historicamente, ser um líder vulnerável tem sido interpretado como um sinal de fraqueza porque o local de trabalho tradicional enfatizava os títulos. Líderes que são orgulhosos de mais restringem a sabedoria dos empregados e colegas. Mas no ambiente de negócios de hoje em dia, a velocidade da mudança nos força como líderes a incluir os outros mais rapidamente. A velocidade da mudança no mercado requer que compartilhemos os desafios que não tínhamos no passado e que sejamos mais transparentes para que os outros não sejam excluídos, o que interrompe o ritmo. Por isso, ser vulnerável é um sinal de força em um líder no século XXI.
Por exemplo, no artigo “Inside Boeing’s Plan to Tap Workers’ Competitive Drive to Fight Off Airbus” (‘por dentro do plano da Boeing de inspirar a competitividade dos empregados para resistir à Airbus’), Ray Conner, CEO da Boeing Commercial Airplanes, disse o seguinte:
“Nós mudamos e ainda estamos mudando. Ter uma mentalidade competitiva é crucial. Você tem que compartilhar coisas que você não precisava compartilhar antes e considerar a realidade do mercado que você tinha medo ou relutância de considerar. No passado, não tínhamos esse tipo de conversas com qualquer tipo de empregado, muito menos na fábrica. Estamos discutindo todo o processo com eles para que eles entendam o seu papel no sistema como um todo. Essa é a mentalidade que estamos tentando criar na empresa. Não é a mentalidade que tínhamos antes.”
2. Promova a reciprocidade
A liderança nunca deveria ser unilateral, nem deveria ser o líder quem sempre apresenta novas ideias ou toma decisões. Liderar significa ouvir ativamente e promover as ideias dos outros, injetando recomendações no caminho para reforçar essas ideias. Se você é o tipo de líder que precisa ter toda a atenção, você não está cultivando a sabedoria nos outros.
A reciprocidade é essencial: cultivar a sabedoria requer ficar ligado aos interesses dos empregados e permitir que eles expressem opiniões e testem as ideias deles. Quanto mais você apoia as ambições entusiasmadas dos empregados, tanto mais eficiente você será em desafiá-los e estender o pensamento e as possibilidades infinitas.
Promover a reciprocidade na relação entre líder e empregado é crucial para abraçar a diversidade do pensamento, inspirar o pensamento independente e estimular novas maneiras de fazer as coisas.
3. Incentive a tomada de riscos para eliminar o medo
Outro papel do líder é ensinar os empregados a superarem seus maiores medos. Quando o medo desabilita, é difícil cultivar a sabedoria por causa da falta de confiança em assumir riscos e introduzir novas maneiras de fazer as coisas.
Criando um laço de amizade com o risco, você encontrará circunstâncias adversas de vez em quando — mas, naquela adversidade, você crescerá e ganhará sabedoria. Por outro lado, se você continua evitando os riscos, você perderá oportunidades maravilhosas. Como dizia meu pai: “A adversidade é grande quando ela é a única coisa que você vê. Mas é pequena quando está rodeada de oportunidades”.
Incentivar os outros a tomar riscos, guiá-los quando falham e ajudá-los a recuperar são os passos gratificantes no cultivo da sabedoria.
4. Pense corajoso para desafiar os limites
Além de incentivar os empregados a tomar riscos para eliminar o medo, o líder deve pensar corajoso continuamente para desafiar os limites. Como indivíduos, temos a capacidade infinita de extender nosso pensamento, especialmente nas áreas pelas quais somos mais apaixonados. A chave é saber o que inspira o pensamento dos seus empregados para que façam grandes conquistas.
Na nossa busca pela maximização do potencial das pessoas que lideramos, pensar corajoso é essencial se queremos que os outros também pensem corajoso. Na liderança, trata-se de ensinar aos outros como ser corajoso. A liderança é avaliada não só pela coragem do líder, mas também pela sabedoria e experiência que ele compartilha para que os outros também possam ser corajosos.
Cultivar a sabedoria requer que os líderes saibam até onde além dos limites os empregados podem chegar estando ainda desconfortavelmente confortáveis, e qual nível de coragem eles querem alcançar. É nesta fase que os empregados começam a ter confiança para formar opiniões e testar suas perspectivas e ideias. Eles começam a transformar o conhecimento adquirido em sabedoria que os guia e os permite agir à base dessa sabedoria.
5. Valorize o respeito antes do reconhecimento
Na vida de trabalho hoje em dia, as perspectivas de todo mundo deveriam ser valorizadas, especialmente quando você considera a complexidade do local de trabalho e o mercado. Agradeça, respeite os pontos de vista únicos dos outros e deixe que os outros vejam oportunidades que não viam antes. Permita que todos vivam com um espírito empreendedor e trabalhem com um propósito generoso.
Não há nada de errado no reconhecimento, mas muitas pessoas ficaram viciadas no reconhecimento. A sabedoria nos ensina a não buscar só reconhecimento, mas a buscar primeiramente o respeito, que é mais duradouro que o reconhecimento.
A grande diferença entre a pessoa reconhecida e a pessoa respeitada está na diferença entre a cabeça e o coração. A pessoa reconhecida atrai a cabeça onde as coisas são facilmente esquecidas. A pessoa respeitada cativa o coração. E o coração não esquece.
Os líderes cultivam a sabedoria nos outros quando respeitam genuinamente as diferenças e aqueles que perturbam o status quo para alcançar uma totalidade mais saudável.
O conhecimento é o que se ganha com o tempo. A sabedoria, por outro lado, permite que ajamos à base desse conhecimento. A sabedoria é a aplicação certa do conhecimento. O conhecimento entende que o sinal fechou; a sabedoria pisa no freio. O conhecimento vê a areia movediça; a sabedoria guia os passos para que não caiam em cima dela.
Não podemos cultivar e sabedoria de forma eficiente e consistente se não maximizamos o potencial de todos os aspectos que a nossa liderança afeta. Se você não incentiva a sabedoria nos outros, fica difícil para a organização manter uma vantagem competitiva ao longo do tempo. É isso que acontece quando ficamos presos na mentalidade de executivo que espera que os empregados executem as ordens, em vez de incentivar o pensamento individual de cada membro da equipe e a diversidade que permite aproveitar oportunidades antes despercebidas.
Fonte: Glenn Llopis em Content Loop